Estupro

Polícia investiga se mais mulheres foram abusadas por médico

Funcionários do hospital já suspeitavam do médico há um mês

Delegada Bárbara Lomba já pediu ao hospital dados de outras pacientes atendidas pelo médico anestesista
Delegada Bárbara Lomba já pediu ao hospital dados de outras pacientes atendidas pelo médico anestesista |  Foto: Marcelo Tavares
 

A delegada Bárbara Lomba investiga se outras duas mulheres que também passaram por cirurgia no Hospital da Mulher de Vila dos Teles, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, podem ter sido estupradas pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra. Ele foi preso na madrugada desta segunda-feira (11) após ser flagrado cometendo o crime contra uma paciente grávida, que realizava cesária.

"No dia do crime outras duas mulheres também foram submetidas à cirurgia na unidade de saúde. Não descartamos a possibilidades que outras mulheres possa ter sido alvos do investigado", frisou a delegada.

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Segundo Lomba, os membros da equipe já estavam suspeitando do médico há cerca de um mês, por conta disso, eles decidiram colocar um celular escondido que filmava a terceira cesariana do dia.

"Esse celular foi posicionado dentro de um armário com porta de vidro escura, que estava posicionado para frente do anestesista. Através do vídeo produzido pelo aparelho, foi possível registrar toda a ação que não deixa dúvidas do crime que foi praticado", contou ao ENFOCO.

Ocultação do crime

Segundo a delegada, o médico acusado tentava dificultar a visão dos colegas de equipe.

"Ele tentava dificultar a visão dos outros membros da equipe que estavam dentro da sala de cirurgia. Ele [o médico anestesista] cobria a parte da cabeça da vítima, essa era a parte onde ele agia", disse a delegada. 

Entrega de escala

Como a polícia não descarta a possibilidade de que outras pacientes possam ter sido vítimas do médico, a delegada já solicitou ao hospital dados de outras pacientes atendidas pelo anestesista, no último mês.

"Precisamos levantar dentro desse período, quantas cirurgias foram feitas, com base nessa informação vamos cruzar e tentar identificar todas as pacientes, para que dependendo das informações que a gente coletar, o médico anestesista possa responder por outros crimes", contou Lomba.

O médico será transferido para o sistema prisional nesta segunda-feira (11). Ele foi autuado por estupro de vulnerável. A pena pode chegar até 15 anos.

cassação

O Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) informou, por meio de nota, que recebeu as denúncias e abriu imediatamente um procedimento cautelar para suspensão imediata do médico, devido à gravidade do caso.

"Também foi instaurado processo ético-profissional que poderá resultar na cassação do médico", disse.

A Secretaria Estadual de Saúde e a direção do Hospital Estadual da Mulher Heloneida Studart (HMulher), acionadas pela equipe médica da unidade, denunciaram o crime à Polícia Civil, que foi até a unidade e prendeu o médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra em flagrante. O médico não é servidor do estado.

Ele tem título de especialista em anestesiologia, CRM regular e prestava serviço há seis meses como pessoa jurídica para os hospitais estaduais da Mãe, da Mulher e Getúlio Vargas. As unidades estão em contato com a Polícia Civil para colaborar com as investigações.

A direção do HMulher abriu uma sindicância interna para tomar as medidas administrativas e notificou o Cremerj. A equipe da unidade está prestando todo apoio à vítima e à sua família.

O que diz a defesa

A defesa do médico alega que ainda não obteve acesso na íntegra aos depoimentos e elementos de provas que foram produzidos durante a lavratura do auto de prisão em flagrante.

"A defesa informa também que após ter acesso a sua integralidade, se manifestará sobre a acusação realizada em desfavor do anestesista Giovanni Quintella".

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