Tristeza
'Por quê?', diz pai do PM morto durante operação em Itaboraí
Corpo do sargento Gabriel Fernandes foi sepultado nesta quarta
"Ai, meu Deus, meu coração. Ele era o meu menino, o meu garoto. Por que, meu filho? Não me deixe”. O forte relato é de Carlos Henrique Fernandes, pai de Gabriel Leite Fernandes, de 33 anos, que morreu após ser baleado na cabeça durante troca de tiros com criminosos na comunidade Penedo, no bairro Caluge, em Itaboraí. O corpo do sargento do 35º BPM (Itaboraí) foi enterrado, nesta quarta-feira (13), no Cemitério Parque Nicteroy, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Centenas de amigos e familiares compareceram ao sepultamento.
Durante o cortejo, policiais militares e amigos de corporação formaram um corredor para a passagem do caixão. Além disso, uma banda da PM tocou durante a cerimônia de sepultamento. No final, uma longa salva de palmas foi entoada entre os presentes.
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O irmão da vítima, Fabiano da Silva Fernandes, de 45 anos, contou como era a personalidade de Gabriel e o quanto era amado.
“O que eu tenho para falar do meu irmão é que ele era um cara carismático, amado por todos, rodeado de amigos. Vai deixar muitas saudades”, disse Fabiano.
Além do sargento Fernandes, outro policial militar foi morto em tentativa de assalto nesta terça, no Rio.
Fabiano, que também é policial militar, lamentou a partida precoce do irmão.
Nosso dever é proteger a sociedade, e o preço a gente paga com a vida. Infelizmente ser policial no Rio é isso: correr risco. A gente sai e não sabe se vai voltar pra casa.
Wendel Botelho, de 46 anos, personal trainer e amigo de Gabriel, contou que o sargento malhava em sua academia, em São Gonçalo, estava focado na musculação e chegou até a participar de torneios.
“Ele começou a treinar porque eu o incentivei. Ele era muito dedicado, desde os exercícios até a dieta. Ele participou de um torneio de musculação no Tijuca Tênis Clube há pouco tempo e terminou em segundo. Foi muito satisfatório pra mim e para ele”, lembrou emocionado que também lamentou a morte do PM.
“Gabriel estava feliz, era muito amigo e parceiro. Quando eu soube da morte dele, fiquei sem chão. Ele tinha um coração gigante. Muito triste ter que me despedir do meu amigo para sempre”, comentou o personal trainer.
Gabriel namorava, ia casar no ano que vem e tinha uma filha de 12 anos, de outro relacionamento. O aniversário da noiva, inclusive, foi no dia da morte de Gabriel. Muito abalada, ela ficou o tempo inteiro abraçada ao caixão e junto do cachorro do casal. Ela precisou ser amparada por familiares e não quis falar com a imprensa. Gabriel tinha três irmãos.
Relembre o caso
O sargento Gabriel Leite Fernandes, de 33 anos, lotado no 35º BPM (Itaboraí), morreu após ser baleado na cabeça durante uma troca de tiros com criminosos na comunidade Penedo, no bairro Caluge, em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio.
De acordo com a Polícia Militar, agentes participavam de incursão com o objetivo de localizar e prender traficantes do Comando Vermelho (CV). Ao perceber a aproximação dos PMs, os criminosos reagiram, dando início a uma troca de tiros.
Fernandes chegou a ser encaminhado ao Hospital Municipal Desembargador Leal Junior, em Itaboraí, mas não resistiu aos ferimentos. Em nota, a Polícia Civil informou que o caso foi encaminhado para a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), que investiga o caso.
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