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    Decisão médica

    Por que projétil não foi tirado do tórax de dançarino de São Gonçalo?

    Secretaria de Saúde do Rio detalhou caso ao ENFOCO

    Publicado 10/06/2025 às 16:26 | Autor: Enfoco
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    Durante a ação, um jovem de 24 anos morreu e outras quatro pessoas ficaram feridas
    Durante a ação, um jovem de 24 anos morreu e outras quatro pessoas ficaram feridas |  Foto: Reprodução

    O projétil que atingiu o tórax do dançarino Emanuel da Silva Félix, de 16 anos, durante uma ação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) na Comunidade do Santo Amaro, no Catete, Zona Sul do Rio, na madrugada do último sábado (7), permanecerá alojado nas costelas do jovem.

    A decisão foi tomada por médicos do Hospital Municipal Souza Aguiar, com base em critérios técnicos e na avaliação dos riscos da remoção, conforme afirmou a direção da unidade médica ao ENFOCO.

    Emanuel, integrante do grupo de quadrilha junina Balão Dourado, de São Gonçalo, foi baleado na noite de sexta-feira (6), durante um tiroteio que ocorreu enquanto participava de um encontro de quadrilhas na comunidade. Ele e seu grupo estavam no local para se apresentar em uma tradicional festa junina. A ação terminou com a morte de um jovem de 24 anos e deixou outras quatro pessoas feridas.

    De acordo com familiares, o dançarino recebeu alta médica ainda no mesmo dia, mas segue com a bala alojada no tórax. A Secretaria Municipal de Saúde informou, por meio de nota, que a decisão de não remover o projétil está relacionada à avaliação de que a cirurgia poderia causar mais riscos do que benefícios.

    “Essa é uma decisão médica, tomada com base em critérios técnicos e na avaliação dos riscos e benefícios, e que considera o que é melhor para a evolução do quadro clínico do paciente. Essa avaliação é feita no momento do atendimento emergencial e posteriormente no acompanhamento ambulatorial nos meses seguintes”, explicou a secretaria.

    Ainda segundo a nota, a direção do Hospital Souza Aguiar esclareceu que o caso de Emanuel foi discutido por toda a equipe médica responsável, que comunicou a decisão ao jovem e à sua família. A bala permanece alojada nas costelas, sem comprometer órgãos vitais, conforme os médicos, o que permitiu a alta hospitalar precoce e a continuidade do tratamento em casa.

    O caso segue gerando comoção entre familiares, amigos e integrantes do movimento junino, que cobram esclarecimentos e responsabilização pela ação policial em meio a um evento cultural.

    PM se manifesta

    O secretário de Polícia Militar do Rio, Marcelo de Menezes, declarou nesta segunda-feira (9), em entrevista à TV Globo, que os policiais envolvidos na operação do Bope, que resultou na morte de um jovem de 24 anos na comunidade de Santo Amaro, no Catete, “não observaram os protocolos e procedimentos da corporação”. A ação ocorreu na madrugada deste sábado (7), durante uma festa junina na comunidade.

    Menezes explicou que a avaliação dos procedimentos foi realizada após uma reunião com o governador Cláudio Castro (PL) no domingo (8), quando foi decidido o afastamento de todos os agentes envolvidos, com o objetivo de garantir a transparência das investigações.

    “Avaliamos que os responsáveis pela operação não observaram os protocolos e procedimentos operacionais da corporação. Por conta disso, nós decidimos afastar os oficiais e todos os policiais envolvidos das ruas”, afirmou o secretário.

    Herus Guimarães Mendes foi atingido durante o que moradores descrevem como um intenso tiroteio no meio da festividade. Ele deixou um filho de 2 anos.

    Ainda segundo o secretário, o comando da Polícia Militar não foi informado previamente sobre a operação do Bope no Santo Amaro. Ele foi notificado apenas nas primeiras horas de sábado. O secretário ressaltou que a entrada do Bope na comunidade, por volta das 3h, ocorreu em resposta a uma ação emergencial coordenada pelo Comando de Operações Especiais (COE).

    As armas dos policiais e as câmeras corporais de todos eles foram recolhidas e serão periciadas.

    Exoneração

    Como resultado direto do ocorrido, o governador Cláudio Castro (PL) exonerou, no domingo (8) o coronel Aristheu de Góes Lopes, então comandante do Bope, e o coronel André Luiz de Souza Batista, do COE. Além disso, 12 policiais militares que participaram da ação foram afastados das ruas.

    O caso está sendo investigado pela Polícia Civil e por órgãos de controle interno da PM. O Ministério Público do Rio (MPRJ) também está acompanhando as investigações.

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