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    Pacto de silêncio

    Ronnie Lessa depõe ao STF por morte da vereadora Marielle

    Ex-delegado diz que os réus 'são muito perigosos'

    Publicado 27/08/2024 às 17:17 | Autor: Enfoco
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    Ex-policial é acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes
    Ex-policial é acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes |  Foto: Reprodução

    "Não estamos lidando com pessoas comuns. São muito perigosos, mais do que se possa imaginar", declarou Ronnie Lessa ao iniciar seu depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (27). O ex-policial, acusado do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, fez a afirmação ao justificar seu pedido para que os demais réus não assistissem à audiência virtual, sendo representados apenas por seus advogados. O juiz Airton Vieira, auxiliar do STF e responsável pela condução da sessão, acatou a solicitação.

    Lessa, que está preso desde 2019, foi o primeiro a depor diante da nova rodada de audiências. O pedido para que os outros réus não assistissem à sessão foi feito por meio do advogado de Lessa, Saulo Carvalho. O juiz Vieira questionou Lessa se ele desejava também que os advogados dos réus não estivessem presentes, ao que Lessa respondeu afirmativamente, citando um "pacto de silêncio" e descrevendo a situação como "delicada" devido à alta periculosidade dos envolvidos.

    Durante a audiência, Lessa começou a reafirmar pontos de sua delação premiada, na qual identificou os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão como os mandantes do crime. Ele também afirmou conhecer Domingos e Chiquinho há 20 anos.

    Os outros réus do processo incluem Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE); Chiquinho Brazão, deputado federal; Rivaldo Barbosa, delegado da Polícia Civil do RJ; Ronald Paulo Alves Pereira, major da PM do RJ; e Robson Calixto Fonseca, o Peixe, policial militar e assessor de Brazão no TCE.

    Todos estão presos, sendo os irmãos Brazão, Rivaldo e Peixe acusados de envolvimento na morte de Marielle. O major Ronald já estava detido por ligações com a milícia de Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

    Teor do depoimento

    A expectativa é que Lessa detalhe ainda mais sua colaboração premiada, homologada pelo STF. Em 2023, após a entrada da Polícia Federal no caso, o ex-policial Élcio de Queiroz, motorista do carro usado no crime, firmou um acordo de colaboração premiada, confessando a participação na execução junto com Lessa.

    Adicionalmente, o depoimento de Lessa é reforçado por informações obtidas pela investigação, como o relato de sua esposa, Elaine, que afirmou que ele passou a noite do crime fora de casa, ao contrário do que havia declarado anteriormente. Também foi revelado que Lessa pesquisou informações sobre Marielle e sua filha, Luyara, em um site de dados cadastrais.

    Após o depoimento de Lessa, será a vez do outro réu colaborador, Élcio de Queiroz, prestar seu testemunho. A seguir, as defesas dos réus poderão solicitar novas diligências ou testemunhas ao STF.

    Na segunda-feira (26), o policial militar Robson Calixto Fonseca, o Peixe, foi internado no Hospital da Polícia Militar devido a uma úlcera na perna direita, com internação por tempo indeterminado.

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