Perto do fim

Ronnie Lessa revela o mandante do assassinato de Marielle Franco

Ex-PM fez acordo de delação premida com a Polícia Federal

No dia 17 de março, completam-se seis anos do assassinato de Marielle e Anderson
No dia 17 de março, completam-se seis anos do assassinato de Marielle e Anderson |  Foto: Renan Olaz/Câmara Municipal do Rio

Acusado de ter assassinado Marielle Franco e Anderson Gomes, em março de 2018, Ronnie Lessa afirmou durante sua delação premiada que o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Domingos Brazão, foi um dos mandantes do atentado que matou a parlamentar e seu motorista. A informação é da "Intercept Brasil".

Lessa foi preso em 2019 e, no final de 2023, o ex-PM decidiu fazer uma delação premiada com a Polícia Federal para colaborar com as informações na investigação do assassinato de Marielle Franco. No entanto, o acordo ainda precisa ser homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), indicando que quem mandou executar a parlamentar tem foro privilegiado.

Leia +: Assassino de Marielle Franco faz acordo de delação com a PF

Segundo as investigações, a principal hipótese é que Brazão teria ordenado o crime por vingança contra o ex-deputado estadual e federal Marcelo Freixo, com quem Marielle Franco trabalhou por 10 anos na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). Brazão, que também foi deputado estadual, e Freixo estavam sempre em rota de colisão e trocando farpas no Parlamento Fluminense. 

Outro que está preso por envolvimento no crime é Élcio de Queiroz, que dirigiu o veículo utilizado no assassinato da Marielle e Anderson. Ele também fez uma delação com a PF e, em seu acordo, ele chegou a citar o nome de Domingos Brazão no envolvimento na morte de Marielle Franco.

Em defesa, o advogado Márcio Palma, que representa Domingos Brazão, disse ao "Intercept Brasil", que não está ciente desta informação e que tudo o que sabe sobre o caso é através da imprensa, já que pediu acesso aos autos e foi negado, alegando que Brazão não era investigado.

Novamente citado

Domingos Brazão já havia sido investigado e foi apontado como um dos suspeitos, em 2019, após o depoimento do policial militar Rodrigo Jorge Ferreira, o Ferreirinha. Na ocasião, ele acusou o vereador Marcello Siciliano (PHS) e o miliciano Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, como os mandantes do crime. No entanto, a PF descobriu que Ferreirinha e sua advogada, Camila Nogueira, faziam parte de organização criminosa que tinha o intuito de atrapalhar as investigações.

Com isso, a Polícia Federal chegou até o nome de Domingos Brazão, com quem tem envolvimento com a milícia do Rio das Pedras, na Zona Oeste do Rio. O conselheiro do TCE chegou a ser acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de obstruir as investigações, mas o caso foi arquivado.

Em 2008, Brazão foi citado no relatório final da CPI das Milícias, presidida por Freixo, como um dos políticos liberados para fazer campanha em Rio das Pedras. A milícia da Zona Oeste é suspeita de ter ligação com a família Brazão e com o Escritório do Crime.

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