'Se o carro não ligasse, iriam me matar' relata vítima da quadrilha de criminosos na Lagoa

A madrugada e a manhã desta quarta-feira (27) foram marcadas por perseguição e trocas de tiros com quatro criminosos, no Jardim Botânico e na Lagoa Rodrigo de Freitas.

A quadrilha, por volta das 4h30 da manhã, roubou um carro no Jardim Botânico, Zona Sul.

Após o assalto, os bandidos fugiram para o Túnel Rebouças, onde foram interceptados por policiais. No local, acabou ocorrendo uma troca de tiros. Dois bandidos foram presos enquanto outros dois conseguiram fugir. 

A polícia informou que foram apreendidos um carro roubado, um carregador de pistola com munições e dois telefones celulares.

Por volta das 10h da manhã, o terceiro criminoso que havia fugido, foi preso após cerco policial em uma casa na Rua Tabatinguera, na Lagoa. No momento, estava o morador e uma funcionária, que conseguiram escapar do local. O integrante da quadrilha, que segundo policiais estava escondido dentro do forro do armário, só saiu após PMs jogarem gás de pimenta na estrutura. 

Um dos bandidos chegou a abordar um carro com uma mulher e uma criança, que estavam entrando na garagem de um prédio. Ele teve dificuldades de manobrar o carro, mas conseguiu arrancar. As vítimas logo se apressaram para entrar no condomínio.

Momentos antes de ser preso, o criminoso com o carro roubado, entrou na Rua Tabatinguera, que é sem saída. Encurralado, ele abandonou o carro e invadiu um condomínio, onde assaltou uma mulher que chegou a ser feita de refém por uns instantes. 

Até o momento os três presos são: Vitor Clemente Almeida, de 20 anos; Yuri Lisboa Hebia, 19; e Paulo César Corrêa Ribeiro, 20. Paulo e Vitor.

O quarto assaltante, segundo a PM, fugiu para a Rocinha, favela em São Conrado.

Relatos de tensão

Ao G1, o dono do primeiro carro levado pelos criminosos contou os momentos de tensão que viveu com os integrantes da quadrilha. Ele, que nunca foi assaltado antes, estava no banco do carona quando os bandidos o abordaram em um posto de gasolina na Lagoa. O sócio dele, que estava dirigindo o carro, e com a chave do carro, estava no momento na loja de conveniência do posto. Os dois estavam a caminho do trabalho, aproximadamente às 4h30.

"Anunciaram o assalto e a pessoa que estava dirigindo o carro estava na loja de conveniência, para sacar dinheiro. Achei que eles iam levar só os pertences. Eu entreguei os pertences, e eles falaram que queriam o carro. Saí, mas a chave estava com o cara dentro da loja de conveniência", disse a vítima, que preferiu não se identificar.

"Se o carro não ligasse, iriam me matar"

Ele ainda contou as ameaças que sofreu durante a abordagem dos criminosos

"Eles começaram a me ameaçar. Disseram que, se o carro não ligasse, iriam me matar. Fui até a loja de conveniência com a arma apontada para mim. Peguei a chave e eles não conseguiam ligar o carro. Eles me ameaçavam e eu dizia que estava no carona", acrescentou.