Manifestação

Saúde e educação se unem para reivindicar melhorias na rede pública de Niterói

Ato contou com participação de universitários da UFF

Participaram do ato servidores da saúde pública, profissionais da educação e estudantes
Participaram do ato servidores da saúde pública, profissionais da educação e estudantes |  Foto: Lucas Alvarenga
 

A Associação dos Servidores de Saúde de Niterói e o Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE) protestaram em frente a prefeitura do município na manhã desta quinta-feira (28). Dentre as principais reivindicações da saúde estão a exigência da nova tabela salarial e a forma como as unidades de atendimento estão sucateadas, a ponto de faltar itens básicos para o funcionamento. O mesmo se repete na Educação, que apontam carência de professores de apoio especializado e condições de trabalho precária para as cozinheiras.

O Antônio Pessoa é servidor público na área da saúde, ele estava presente no ato e contou que o município passa por uma máscara nas áreas públicas. De acordo com o mesmo, isso fica evidente durante visitas nas unidades de saúde.

"Eles maquiam tudo, maquiam a saúde, a educação. As unidades de saúde do município estão em péssimas condições físicas, os prédios estão degradados. Na Policlínica do Centro tem um lava-jato funcionando na porta da unidade, está caindo aos pedaços [as unidades], falta medicamento, faltam profissionais em número suficiente para atender a demanda... Então, a gente briga por isso, para melhorar a saúde do município como um todo e fortalecer o SUS", informou.

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Foi evidenciado pelo servidor que eles precisam, também, lidar com uma política salarial injusta. Ele ainda acrescentou que, embora uma greve tenha sido decretada, muitos servidores sofrem assédio moral dentro do serviço e isso impede que os mesmos compareçam ao ato.

A gente sofre assédio moral, ameaças de todos os tipos, então muitos dos servidores têm receio de participar e sofrer retaliação Antônio Pessoa, Servidor Público
  

"A gente tem um foco numa tabela salarial aí que foi negociada e aprovada já há cerca de 10 anos, na Conferência Municipal de Saúde, aprovada pela administração municipal, essa tabela foi aprovada pela própria administração, negociamos com eles e eles aprovaram. A gente têm um outro problema também, a gente sofre assédio moral, ameaças de todos os tipos, então muitos dos servidores têm receio de participar e sofrer retaliação", evidenciou o servidor.

Niterói está precária em tudo, a precarização é geral!

Outra equipe que não ficou de fora foi a do SEPE de Niterói. A Kerley Arruda é diretora de lá e contou que veio somar forças com o pessoal da saúde.

"Niterói está precária em tudo, a precarização é geral, na educação está faltando professores de apoio especializado, eles estão sobrecarregados. Algumas escolas têm professores com quatro, cinco alunos com especializações diferentes, assim como as cozinheiras estão sobrecarregadas também! Muitas cozinheiras doentes, muitas afastadas por conta de uma cozinha quente, abafada, com instrumentos de uso diário precários, as facas não funcionam, é um calor imenso e tudo fora do padrão" disse indignada.

  • Ato ocorreu em frente a prefeitura de Niterói
    Ato ocorreu em frente a prefeitura de Niterói
  • Ato ocorreu em frente a prefeitura de Niterói
    Ato ocorreu em frente a prefeitura de Niterói
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    Ato ocorreu em frente a prefeitura de Niterói
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Os alunos da Universidade Federal Fluminense (UFF) também se juntaram ao ato e trouxeram problemas que a unidade também vem sofrendo. O Lorran Luiz de Oliveira faz parte do movimento estudantil da instituição chamado Coletivo Rebeldia, ele contou ao ENFOCO o motivo de estarem presentes.

"A gente está aqui no ato somando força. É um ato majoritariamente do setor da educação pública de Niterói e da galera da saúde. É um ato unificado de várias categorias cobrando, aqui, do Axel Grael [Prefeito]. Ele vira as costas para o pessoal da educação, da saúde que estão recebendo abaixo do piso, eles já vieram várias vezes aqui e Axel Grael nunca atende, nunca está. Na UFF a gente passa pelo mesmo problema, o Reitor Antônio Claudio não prioriza a assistência estudantil, o bandeijão hiperlotado, fila de 1h para conseguir jantar, a moradia estudantil é muito pequena, são 200 e poucas vagas para cerca de 30 mil estudantes, a moradia caindo aos pedaços, fogão com quatro bocas para 200 e poucas pessoas, já enviaram comida podre", explicou o líder do movimento.

Procurada, a prefeitura de Niterói informa que foi realizado o concurso público para a Fundação Municipal de Saúde e Fundação Estatal de Saúde e que os profissionais já estão atuando nas unidades e que a secretaria de Educação mantém diálogo com a categoria. Além disso, uma nova chamada está sendo realizada. Sobre as unidades, o órgão diz que há um projeto de reestruturação e investimento, com objetivo de qualificar os atendimentos, os serviços oferecidos à população e as estruturas das unidades de saúde.

A Secretaria Municipal de Educação informa que mantém o diálogo aberto com a categoria e que se reuniu, nesta terça-feira (26), com pais de alunos e representantes do Sepe. No encontro, foram discutidas demandas do setor e foi dado encaminhamento para algumas delas, como, por exemplo, o concurso público. 

A UFF foi questionada e não se pronunciou sobre as queixas dos profissionais. 

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