Polícia

Sequestro na Ponte: irmã fala da dor de Willian

"Ele não precisava de tiros e sim de ajuda", o relato emocionado é de uma vizinha de Willian Augusto da Silva, de 20 anos, morto após sequestrar um ônibus na Ponte Rio-Niterói, na manhã de terça-feira (20).

Moradora do bairro Jardim Catarina, em São Gonçalo, a vendedora Rita de Cássia da Silva, de 49 anos, conhecia Willian desde pequeno e afirma que se estivesse no ônibus tentaria conversar com Willian.

"Eu queria estar naquele ônibus. Tenho certeza que ao conversar com ele conseguiria evitar com que o fim fosse desse jeito. Nesse dia eu iria atravessar a Ponte, mas meu compromisso foi desmarcado", desabafou.

Ainda segundo a vizinha de Willian, o rapaz estava chamando atenção, mas ninguém percebeu.

"Ele estava pedindo socorro, mas ninguém ali entendeu. Ele não ia fazer nada contra ninguém. A depressão é uma dor que a pessoa não consegue explicar. Como mãe eu acho que ele não precisava ter morrido. Acompanhar toda aquela situação com alguém que vi crescer foi doloroso", afirmou.

Depressão

irmã falou em seu perfil pelas redes socais da relação com o irmão. Foto: Rede Social

De acordo com amigos da família, Willian tomava há dois anos, o remédio Clonazepam uma medicação de uso controlado e utilizado como antidepressivos.

Nos dias 1º e 29 de julho o jovem procurou atendimento em um clínica de consultas a preços populares em São Gonçalo, ele foi atendido por um médico na especialidade de Clínica Geral.

De acordo com a unidade, o jovem relatou o uso da medicação e chegou ao local apresentando "tremor nas mãos e esquecimento".

Willian foi encaminhado para um psicólogo, chegou a marcar a consulta para o início deste mês, mas acabou não comparecendo.

Na tarde desta sexta-feira (23), Thayná Silva, irmã de Willian, falou pela primeira vez após a morte do irmão, pelas redes sociais.

“As pessoas que estão julgando, falando asneiras sem te conhecer, são desumanas e provavelmente devem ser perfeitas...”.

Em outro trecho, Thuany fala sobre a doença do irmão.

“Sei que nos últimos meses você estava sofrendo muito, mas nunca deixou de nos amar, cuidar, e fazer suas piadas”.

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