'Sou inocente', diz entregadora ao chegar à DP para depor

A entregadora Viviane Maria de Souza se apresentou à 15° DP (Gávea), por volta das 10h desta segunda-feira (24). A mulher afirmou que veio prestar depoimento sobre o caso envolvendo a ex-atleta Sandra Mathias, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, mas ela também se entregou para cumprir um mandado de prisão em aberto por tráfico de drogas, expedido em São Paulo.

"Eu sou inocente e estou aqui para falar para todos. Estou sendo acusada, mais uma vez, injustamente", disse ao chegar na distrital.

A entregadora chegou acompanhada do filho, Carlos Henrique de Souza, que alega não saber sobre o caso envolvendo sua mãe na Justiça paulista e que só soube que a mãe havia sido agredida pelos telejornais. 

Segundo a defesa de Viviane, a entregadora também não sabia do mandado em aberto e que foi surpreendida. O documento é da cidade de Laranjal Paulista, no interior de São Paulo, com validade até 2036. 

Segundo a defesa, a profissional não havia se apresentado ainda devido ao fato de estar em tratamento psicológico. O laudo já foi entregue às autoridades.

"É um mandado antigo, de 2017. Ela não esconde que é consumidora de maconha. De fato passou por uma custódia em São Paulo, mas achou que estava tudo bem", declarou a advogada de Viviane, Prisciany Sousa. 

Segundo ela, o mandado de prisão é por falta de cumprimento de medidas cautelares, mas que não há nenhum outro problema com a Justiça. Ela vive há sete anos no Rio trabalhando como entregadora. 

"Ela abalou meu psicológico [Sandra], ela acabou com a minha vida. Eu não sou mais a mesma Viviane", disse Viviane.

Outras agressões 

Ricardo Rodrigues Linhares, entregador que trabalha com Viviane há sete meses, relatou que já viu Sandra agredindo outros entregadores no local. Conforme o relato, a ex-atleta costumava implicar com os motoboys da região.

"Ela é um pouco arrogante, não se dava muito bem com a gente (entregadores). Ela sempre implicava com a gente sobre estacionamento de moto. A gente sempre botava no estacionamento, mas quando vinha alguém de fora e botava na calçada, ela sempre arrumava confusão", declarou.

Ricardo afirmou não saber do mandado de prisão aberto contra a amiga, mas definiu a entregadora como alguém calma. Ele descreveu que, no dia da agressão, pediu à Viviane para ir embora, com medo do que poderia acontecer contra ela. Ele compareceu à delegacia, de forma espontânea, para apoiar a amiga.

"Ela é tranquila, honesta, trabalhadora. Eu estava lá do lado dela, a Sandra tentou agredir e ela (Viviane) se defendeu. Começou uma perseguição, eu sempre defendendo a Viviane, falando: vai embora, vai embora!", ressaltou.