Mira na BR
Terror em São Gonçalo: atirar em inocentes vira tática do tráfico
Quadrilha do Jardim Catarina adota medida para afastar a polícia

A violência no Jardim Catarina, em São Gonçalo, tem ganhado contornos ainda mais preocupantes. Foragido desde 30 de dezembro de 2023, Magno da Costa Maciel, o MG, assumiu a dianteira do tráfico na comunidade, sob domínio da facção Comando Vermelho (CV). Além do comércio de drogas, o grupo passou a adotar uma nova tática de terror: atirar contra inocentes para interromper operações policiais.
Na última terça-feira (3), um homem de 76 anos morreu dentro de um ônibus e uma mulher ficou ferida enquanto estava em um carro de aplicativo.
A 74ª DP (Alcântara) apura a possibilidade de disparos de traficantes direcionados à via com o objetivo de gerar comoção e obrigar os agentes do 7º BPM (São Gonçalo), que realizavam uma operação de retirada de barricadas a recuar.
Do presídio ao comando do tráfico
MG, também conhecido como Rabicó, havia sido preso em fevereiro de 2023 durante ação do 7º BPM (São Gonçalo), mas não retornou após deixar o presídio na saidinha de Natal, em dezembro de 2023. Em junho deste ano, um vídeo viralizou em grupos de WhatsApp mostrando o criminoso em um carro de luxo, escoltado por comparsas armados de fuzis, circulando livremente pela BR-101, na altura do Jardim Catarina.
Nas imagens, também é possível ver o momento em que o grupo chega a apontar um dos fuzis para uma equipe da Polícia Militar, que estava baseada às margens da rodovia. Os agentes não perceberam a ação já que o carro tem película nos vidros.

Outro nome que atuaria na comunidade é Telmo de Souza Capela, o Telminho. Após deixar o sistema penitenciário em fevereiro deste ano, ele foi escalado pelo CV para reforçar o tráfico na Rocinha, Zona Sul do Rio. Ambos eram ligados a Schumaker do Catarina, morto em 2019 durante guerra de facções.
Especialistas alertam
Para o especialista em segurança pública Daniel Hirata, a população está exposta a um cenário de violência sem limites.
“Os criminosos utilizam qualquer tática furtiva para atrapalhar ou escapar das operações. Atirar em inocentes é uma forma de forçar o recuo policial e expor a sociedade a riscos desmedidos”, avaliou.
Hirata ressalta que o poder público precisa agir com planejamento:
“Cabe, sim, às forças policiais e ao Estado garantir que as operações sejam realizadas de forma segura para a população.”
Já o advogado criminalista Marcos Espínola afirma que a prática reflete uma crise estrutural.
“Há um estado de emergência na segurança pública do Rio. Os mecanismos de prevenção e combate não estão sendo eficazes. É preciso mudar a lei para tornar esses crimes inafiançáveis e sem progressão de pena”, disse.


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