Investigação

'Teve omissão', diz tia de jovem morta dentro de carro no Rio

Rafaella Vieira tinha 22 anos e foi morta com único disparo

Rafaella morava no bairro Engenho do Mato, na Região Oceânica de Niterói
Rafaella morava no bairro Engenho do Mato, na Região Oceânica de Niterói |  Foto: Reprodução
 

A família da jovem Rafaella Borda Vieira, de 22 anos, morta dentro de um carro após ser atingida por um tiro nas costas nos acessos ao Morro dos Prazeres, no Centro do Rio, alega que houve omissão de socorro por parte de três pessoas que estavam no mesmo veículo, em direção a um baile funk. 

O caso ocorreu na madrugada do último dia 17. Pelos relatos, o motorista do Jeep Renegade, cinza, além de um casal que também o acompanhava, seriam as pessoas que não ofereceram ajuda à vítima. 

No local, apenas a prima de Rafaella prestou assistência a ela, de acordo com parentes, a levando ao Hospital Municipal Souza Aguiar, onde foi constatada a morte da mulher. 

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Inicialmente, todos eles prestaram depoimento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) na condição de testemunhas.

Parentes questionam postura de amigos da jovem que estavam dentro do veículo. Apenas uma prima prestou ajuda a Rafaella
  

A Polícia Civil, procurada, não informou se o condutor, além de um outro homem e uma mulher, serão convocados a depor novamente. Disse apenas que testemunhas foram ouvidas e diligências estão em andamento para esclarecer o caso.

"A gente tem certeza que teve omissão de socorro por parte do motorista. Ele viu que a Rafaella estava baleada, largou numa rua dos acessos ao Morro dos Prazeres, tirou ela do carro, botou ela na calçada e fugiu do local. O outro casal que estava, também. A única que ficou foi a prima da Rafaella, que vem a ser namorada do motorista", contou a tia Simone Siqueira.

De acordo com Simone, todos que estavam no carro se conheciam. Ela aponta que, caso houvesse uma tentativa de levar Rafaella ao hospital de forma rápida, no veículo que a vítima estava, a jovem poderia ter sido salva. 

Rafaella morava no bairro Engenho do Mato, na Região Oceânica de Niterói, e sonhava em estudar Direito.

"O motorista do carro só fala que foi a polícia que atirou, que a culpa é da polícia e é isso. Ok. Teve uma bala que matou a Rafaella, que a gente não sabe se foi da polícia ou não. Está tendo a investigação. Mas a omissão de socorro, vem juntinho. Se ele [o motorista] tivesse socorrido, se ele tivesse ido direto pro hospital... ele estava a 5-10 minutos do hospital, provavelmente a Rafaella estaria com vida hoje", lamenta.

Há informação de que antes de acessar a comunidade, com destino ao Baile da Madame, no Morro do Fallet, haveria uma viatura que teria dado ordem de parada ao carro onde os jovens estavam.

Segundo a versão, o motorista, que era conhecido da vítima, não teria obedecido e continuou acelerando, até que o carro teria sido alvejado por um tiro, que acertou Rafaella nas costas. Ela foi levada para o hospital após a prima solicitar um serviço de táxi.

A Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) Prazeres/Escondidinho, no entanto, afirma que não houve ocorrência de confronto ou operação envolvendo a unidade no local indicado.

Familiares e amigos alegam informações desencontradas sobre o caso e clamam por justiça. Todos querem saber quem disparou o tiro que atravessou as costas de Rafaella.

Por meio de nota, na última quinta (22), a Polícia Civil havia dito que as investigações estão em andamento na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e seguem sob sigilo. Os agentes realizam diligências para esclarecer todos os fatos.

Fuga

No último sábado (24) a prima que socorreu Rafaella teria fugido para a Região dos Lagos com o namorado, que era o condutor do carro onde Rafaella estava no dia em que foi atingida pelo disparo de arma de fogo e morreu, segundo afirmou a tia da vítima.

Nesta mesma data, ocorreu a Missa de Sétimo Dia de Rafaella na Igreja Nossa Senhora das Dores, no Ingá, na Zona Sul de Niterói. A prima e o namorado não participaram da cerimônia religiosa.

"Segundo informações da mãe da [prima de Rafaella], no sábado ela fugiu de casa, falando que iria fugir com ele [o motorista]. Ele [o motorista] disse que precisava fugir e ela foi com ele. Isso no dia da Missa de Sétimo Dia da Rafaella. Nós não sabemos. Diz eles que estavam indo para a Região dos Lagos, mas a gente não acredita. A [prima] cai em contradição o tempo todo. E ele [motorista] é um covarde", reclamou a tia.

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