Logo Enfoco


    Covardia

    'Tortura', classifica delegado sobre morte de criança em Niterói

    Pai da menina foi preso acusado pelo crime de homicídio

    Publicado 12/12/2023 às 11:15 | Atualizado em 12/12/2023 às 12:31 | Autor: Tiago Souza
    Ouça a reportagem
    Siga no Google News Siga o Enfoco no Google News
    Imagem ilustrativa da imagem 'Tortura', classifica delegado sobre morte de criança em Niterói
    Ilias Olachegoun Adeniyi Adjafo, de 30 anos, pai da vítima e acusado pelo crime
    Ilias Olachegoun Adeniyi Adjafo, de 30 anos, pai da vítima e acusado pelo crime |  Foto: Lucas Alvarenga

    A Polícia Civil classificou a morte da pequena Aoulath Alyssah Rodrigues Damala, de 8 anos, como tortura. 

    O delegado Willians Batista, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, disse na manhã desta terça-feira (12), que nunca viu algo parecido em dez anos de profissão.

    Leia+: Pai que matou filha por 'correção' saiu da UFF após ser reprovado

    Leia+: Menina morta pelo pai era aluna de escola pública em Niterói

    Leia+: Pai espancou menina até a morte em Niterói por conta de estudos

    Leia+: Criança de 8 anos é encontrada morta dentro de casa em Niterói

    Segundo Batista, há indícios de que as agressões cometidas pelo pai da vítima, Ilias Olachegoun Adeniyi Adjafo, de 30 anos, contra a menor, ocorriam há um tempo. Ele foi preso.

    "O que nós temos é que ele, claramente, agrediu a filha diversas vezes. Eu posso dizer que em dez anos trabalhando como homicídio, nunca tinha visto aquela intensidade de lesões. Haviam lesões espalhadas pelo corpo inteiro dela. Conseguimos confirmar com o perito legista que não foram apenas lesões ocorridas no dia de ontem, o que indica que ela já havia sofrendo esse tipo de tortura", disse.

    Willians Batista, delegado da DH, responsável pela investigação do caso
    Willians Batista, delegado da DH, responsável pela investigação do caso |  Foto: Lucas Alvarenga

    Versões

    De acordo com o delegado, o pai não confessou o crime, mas testemunhas relataram duas versões dele.

    "A primeira foi que a menina teria furtado alguma coisa na escola, e o fato foi comunicado por uma professora e ele teria corrigido a filha. Já para um médico do Samu, disse que havia agredido um pouco a filha, mas não é o que mostra o laudo. O que aconteceu não foi uma correção, foi uma prática de tortura", afirmou o delegado Willians Batista.

    Quem é a família?

    Apesar da família ser do Benin, a criança é brasileira e morava apenas com o pai na comunidade Boa Vista, no bairro São Lourenço.

    A mãe da criança é dentista e chegou no Rio de Janeiro, em 2008. Atualmente, ela mora em São Paulo, e veio para o Rio após saber da morte da filha. A mulher prestou depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói.

    Acusado estudava Engenharia de Petróleo

    De acordo com Mario Undiga, primo da mãe da criança, o pai da criança estava no Brasil desde 2014 e era estagiário de engenharia na Universidade Federal Fluminense (UFF).

    Conforme o Sistema de Transparência da UFF, consultado pelo ENFOCO, Ilias ingressou no Curso de Engenharia de Petróleo, em 2015. No site, consta desvinculação em 2019, após reprovações no período.

    Procurada, a UFF disse que "o ex-estudante em questão foi desligado da universidade em janeiro de 2020 devido a duas reprovações ocorridas nos anos anteriores. Portanto, ele não apresenta vínculos com a universidade desde este período, inclusive estágio".

    Ferimentos graves

    A polícia afirma que a criança tinha ferimentos de ação contudentes nas costas, no tórax, nos braços e no rosto. No local, eles encontraram um cinto, que teria sido usado para espancar a criança.

    Ilias foi preso em flagrante pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, praticado por meio de tortura, por ascendente, e contra menor de 14 anos. 

    Grupo achados e perdidos do facebook Enfoco Grupo achados e perdidos do facebook Enfoco
    Achados e Perdidos

    Perdeu documentos, objetos ou achou e deseja devolver? Clique aqui e participe do grupo do Enfoco no Facebook. Tá tudo lá!

    Entrar no grupo
    Artigo anterior
    <

    Menina morta pelo pai era aluna de escola pública em Niterói

    Próximo artigo
    >

    Padrasto da cantora Ludmila é acusado de agressão em boate

    Relacionados em Polícia