Covardia
'Tortura', classifica delegado sobre morte de criança em Niterói
Pai da menina foi preso acusado pelo crime de homicídio
A Polícia Civil classificou a morte da pequena Aoulath Alyssah Rodrigues Damala, de 8 anos, como tortura.
O delegado Willians Batista, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói, disse na manhã desta terça-feira (12), que nunca viu algo parecido em dez anos de profissão.
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Segundo Batista, há indícios de que as agressões cometidas pelo pai da vítima, Ilias Olachegoun Adeniyi Adjafo, de 30 anos, contra a menor, ocorriam há um tempo. Ele foi preso.
"O que nós temos é que ele, claramente, agrediu a filha diversas vezes. Eu posso dizer que em dez anos trabalhando como homicídio, nunca tinha visto aquela intensidade de lesões. Haviam lesões espalhadas pelo corpo inteiro dela. Conseguimos confirmar com o perito legista que não foram apenas lesões ocorridas no dia de ontem, o que indica que ela já havia sofrendo esse tipo de tortura", disse.
Versões
De acordo com o delegado, o pai não confessou o crime, mas testemunhas relataram duas versões dele.
"A primeira foi que a menina teria furtado alguma coisa na escola, e o fato foi comunicado por uma professora e ele teria corrigido a filha. Já para um médico do Samu, disse que havia agredido um pouco a filha, mas não é o que mostra o laudo. O que aconteceu não foi uma correção, foi uma prática de tortura", afirmou o delegado Willians Batista.
Quem é a família?
Apesar da família ser do Benin, a criança é brasileira e morava apenas com o pai na comunidade Boa Vista, no bairro São Lourenço.
A mãe da criança é dentista e chegou no Rio de Janeiro, em 2008. Atualmente, ela mora em São Paulo, e veio para o Rio após saber da morte da filha. A mulher prestou depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói.
Acusado estudava Engenharia de Petróleo
De acordo com Mario Undiga, primo da mãe da criança, o pai da criança estava no Brasil desde 2014 e era estagiário de engenharia na Universidade Federal Fluminense (UFF).
Conforme o Sistema de Transparência da UFF, consultado pelo ENFOCO, Ilias ingressou no Curso de Engenharia de Petróleo, em 2015. No site, consta desvinculação em 2019, após reprovações no período.
Procurada, a UFF disse que "o ex-estudante em questão foi desligado da universidade em janeiro de 2020 devido a duas reprovações ocorridas nos anos anteriores. Portanto, ele não apresenta vínculos com a universidade desde este período, inclusive estágio".
Ferimentos graves
A polícia afirma que a criança tinha ferimentos de ação contudentes nas costas, no tórax, nos braços e no rosto. No local, eles encontraram um cinto, que teria sido usado para espancar a criança.
Ilias foi preso em flagrante pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, praticado por meio de tortura, por ascendente, e contra menor de 14 anos.
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