Por sete dias
Traficantes decretam fechamento de comércios em bairros de SG
Comunicado foi emitido após a morte de líder do tráfico

Traficantes decretaram, por sete dias, o fechamento de comércios em bairros de São Gonçalo após a morte do chefe do tráfico e de dois seguranças da Comunidade da Força durante uma operação da Polícia Civil nesta sexta-feira (1º).
De acordo com moradores, os criminosos ordenaram neste sábado (2), o fechamento dos estabelecimentos na região do Mutua, abrangendo a Avenida Paulo Lemos, a Avenida Dezoito do Forte até a altura da Rua Frias Garcia, e bairros como Portão do Rosa, Querosene e Mutuaguaçu. O decreto vale por sete dias.
Em um dos comunicados, os criminosos afirmam: "Nada de meia porta, favor respeitar o papo", dirigindo-se aos comerciantes que mantêm seus estabelecimentos abertos, mesmo parcialmente.
Um dos moradores da região, que preferiu não se identificar, contou que em casos como esse os maiores prejudicados são os próprios moradores do local.
"Quem paga é o povo, os comerciantes, a comunidade."
Em resposta, a Polícia Militar informou ao ENFOCO que o policiamento está sendo intensificado na região. Até o momento, não houve registro de ocorrências neste sábado.
Operação
Segundo a 72ª DP (São Gonçalo), o criminoso era conhecido como "G da Força" e foi identificado como o mandante do incêndio criminoso contra uma viatura da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam), ocorrido em outubro de 2024.
Outros dois homens que faziam a segurança do chefe do tráfico também morreram, enquanto três comparsas foram presos em flagrante, sendo um deles baleado. Os quatro suspeitos feridos foram levados com vida para o Hospital Estadual Alberto Torres (Heat), no Colubandê. Três não resistiram aos ferimentos e morreram na unidade. O outro permanece internado sob custódia
De acordo com os agentes, o grupo foi interceptado no momento em que chegava em comboio de motos à comunidade. Ao perceberem a presença dos policiais, os criminosos atiraram, dando início a um confronto.
Com os suspeitos, os policiais apreenderam dois fuzis, uma pistola, drogas e duas motos. Um dos fuzis levava a letra G, em referência ao apelido do líder do tráfico.
A ação foi resultado de investigações e monitoramento realizados pelo setor de inteligência da 72ª DP. O objetivo era localizar os responsáveis pelo atentado à viatura da Deam, que estava estacionada na frente do prédio onde funcionam tanto a delegacia especializada quanto a distrital.
Incêndio em viatura
Ainda segundo a polícia, o ataque foi uma resposta à prisão de dez traficantes da Comunidade da Força durante uma operação contra roubos de veículos na região. O incêndio aconteceu na madrugada seguinte à ação, quando o grupo tentou atingir o carro da 72ª DP, mas acabou atingindo o da Deam.
Na semana passada, em outra operação contra o mesmo grupo, o chefe do tráfico do Morro do Querosene também morreu em confronto com a polícia. Ele era apontado como braço direito de G da Força e atuava como segurança do líder.
As investigações seguem em andamento para identificar outros envolvidos com o grupo.


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