Investigação
Vendedora morre durante cirurgia plástica em clínica na Barra
Parentes afirmam que local usava remédios vencidos
Uma mulher de 41 anos morreu, na noite desta quinta (15), durante uma cirurgia plástica em uma clínica na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Familiares da vendedora Ingrid Ramos Ferreira denunciam que a médica que fez o procedimento trabalhava com medicamentos vencidos.
Ingrid fez uma abdominoplastia há cerca de um ano, mas o procedimento precisou de reparos. A médica que fez o procedimento, Eliana Jimenez, foi a mesma responsável pela primeira cirurgia e pelas reparações. Foram mais dois procedimentos desde a primeira cirurgia.
Médica Eliana Jimenez prestou depoimento e foi liberada em seguida
Parentes da mulher, que é natural da Bahia, mas atualmente morava na Pavuna, na Zona Oeste do Rio, estiveram no Instituto Médico-Legal (IML) Afrânio Peixoto nesta sexta-feira (16) para a liberação do corpo.
“Ela foi fazer esse procedimento na clínica da doutora Eliana Jimenez, que fica na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. Ela foi fazer a reparação da cicatriz com lipo. Ela não teve acompanhamento de ninguém, que estava com ela era um menor, o filho dela. A única coisa que ele falou foi que a mãe começou a convulsionar no momento da anestesia e não resistiu. Esse procedimento foi feito após o horário de funcionamento do prédio, segundo pessoas do prédio contaram”, afirmou Juliana Guedes, cunhada da Ingrid Ramos.
Remédios vencidos
Juliana conta que a médica utilizava medicamentos vencidos em seu consultório. “A perícia foi acionada para lá e descobriu isso. Ela tentou esconder tudo no consultório ao lado, do esposo dela. A médica disse que não precisava fazer esse novo procedimento no hospital, porque era muito invasivo. O primeiro procedimento feito pela médica foi em um hospital particular há um ano, os outros de reparo foram feitos nessa clínica. Ela disse que ela não fez nada. A médica estava no local ontem, tem vídeos que é possível ver. Ela estava achando que ia realizar o sonho dela com a cirurgia, mas infelizmente isso não ocorreu”, contou a administradora de 33 anos.
No próximo mês, Ingrid seria avó de sua primeira neta. Ela deixa dois filhos, um menino de 14 anos e uma filha de 22 anos, que está grávida.
O irmão de Ingrid, Ícaro Ferreira, de 32 anos, disse que não sabia que a irmã estava indo realizar a cirurgia.
“O procedimento ia ser de manhã e a médica foi adiando, adiando e adiando o horário e foi de noite. Minha irmã estava com a roupa do corpo e um cartão na bolsa. Provavelmente, ela ia pagar algo, mesmo sendo cirurgia de reparo. Antes dela convulsionar, ela gritou que estava com dor. Os porteiros chamaram o Samu e a polícia. Não tinha balão de oxigênio nem nada lá. Eu não sabia que ela ia fazer. Só Deus sabe a dor a que eu passei”, afirmou Ícaro.
Segundo o irmão, a clínica era pequena e quando ele chegou, os policiais já estavam no local, além da médica.
A mãe de Ingrid, que é da Bahia, deverá vir ao Rio para acompanhar o sepultamento. A família informou que a clínica foi fechada e que as câmeras do local serão usadas pela polícia nas investigações. Procurada, a Polícia Civil informou que o caso foi registrado na 16ª DP (Barra da Tijuca). A perícia foi realizada no local e a sala comercial onde ocorreu o procedimento foi interditada. Familiares da vítima, testemunhas e responsáveis pelo estabelecimento serão ouvidos. Diligências estão em andamento para esclarecimento do fato.
Já a Polícia Militar informou que na noite de quinta-feira (15), policiais militares do 31ºBPM (Recreio dos Bandeirantes) foram acionados para verificar ocorrência em um consultório médico na Barra da Tijuca, onde uma pessoa teve o óbito constatado por uma equipe do Samu. O local foi isolado e a perícia da Polícia Civil também foi acionada. As outras pessoas que estavam no estabelecimento foram conduzidas para a 16ª DP (Barra).
O Cremerj foi procurado para saber sobre a situação da médica, mas não respondeu. Sobre a médica que realizou o procedimento, a reportagem entrou em contato com os telefones disponibilizados por elas através das redes sociais, mas não houve retorno.
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