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    Justiça

    Vereador é condenado a oito anos de prisão por liderar milícia

    A denúncia aponta que a milícia atuava de forma setorizada

    Publicado 04/10/2022 às 8:03 | Autor: Enfoco
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    Davi foi preso em 2019, durante operação do Ministério Público e da Polícia Civil
    Davi foi preso em 2019, durante operação do Ministério Público e da Polícia Civil |  Foto: Reprodução/Facebook

    Foram condenados a oito anos de prisão, nesta segunda-feira (3), nove integrantes da milícia conhecida como “Caçadores de Ganso”, entre eles o vereador Davi Brasil Caetano, apontado na denúncia como o líder do grupo criminoso.

    A decisão é da Vara Criminal de Queimados, na Baixada Fluminense. Davi foi preso em 2019, durante operação do Ministério Público e da Polícia Civil. Os demais condenados também estão presos. 

    Também foram condenados Alex Sandro Bonifácio Machado, o Chin; Wellington Cláudio Lucente, ou Jiló; Eduardo Santoro da Silva; João Carlos Lustosa da Costa; Carlos André Von Held Ignácio; Adriano Villemem de Oliveira, conhecido como Naninho; Abner Brito de Oliveira Ruela, o Gordinho; e Carlos Luciano Soares da Silva, o Macaco Louco.   

     “Ainda, os motivos do réu e seus comparsas milicianos eram deveras menores, já que buscavam não só extorquir pessoas, com cobranças de "taxas" de segurança, "gatonet" e até kit churrasco, como também se orgulhavam em ser conhecidos como justiceiros que eliminavam traficantes da localidade”, destaca o juiz Luís Vasques na decisão.   

    De acordo com a denúncia, a milícia atuava de forma setorizada, ocupando uma vasta área do município e instalava um regime de terror como um poder paralelo ao do Estado.

    O bando cobrava taxa de segurança dos moradores, explorava o fornecimento de gás, água e cestas básicas, além de impor serviços clandestinos de televisão e internet. Segundo depoimento de testemunhas, os milicianos eram sanguinários, chegando a gravar um vídeo de uma vítima sendo esquartejada.   

     “Como se nota, tal situação trouxe consequências nefastas à comunidade e aos seus moradores, que viram deterioração da salubridade de vida, com pessoas deixando a Cidade e consequentemente variados prestadores serviços, havendo ainda evidente desvalorização imobiliária”, ressalta o magistrado.   

    Na sentença, o juiz Luís Vasques aponta que o domínio territorial era consumado a partir de inúmeros homicídios e que eles tinham como principal alvo o controle sobre condomínios do programa federal Minha Casa, Minha Vida no município, que chegou a ser apontada como a cidade mais violenta do Brasil em 2016.   

    “Em razão do crescimento exponencial de tais grupos, a Comarca de Queimados vem sofrendo com os altos índices de homicídio, que em sua grande maioria, ressalte-se, possuem estreita relação com a atuação de milícias privadas que objetivam dominar o município”, afirma.   

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