Crime

Vídeo mostra discussão entre perito e comerciante em ferro-velho

Renato foi morto por militar da marinha no mesmo dia

 

Rio de Janeiro - Um vídeo, gravado por testemunhas, mostra o papiloscopista Renato Couto, morto na última sexta-feira (13) por militares da Marinha, discutindo com um dono de um ferro-velho na Mangueira, na Zona Norte do Rio. O corpo de Renato foi encontrado nesta segunda-feira (16) às margens da BR-493 no Arco Metropolitano após a vítima ser jogada no Rio Guandu, altura da cidade de Japeri, na Baixada Fluminense. 

A imagem mostra Renato, vestido de verde, com uma arma apontando para o comerciante, que é um dos envolvidos no assassinato do papiloscopista. Renato ordena que o dono do ferro-velho ajoelhe e ameaça atirar em sua perna. Em algumas partes do vídeo, Renato ainda o agride com a arma.

"Não corre. Ajoelha! Não vai ajoelhar, não? Eu vou dar na sua perna hein", diz Renato.

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A gravação foi realizada na manhã da última sexta-feira (13), dia em que a vítima foi assassinada. De acordo com as investigações, Renato fazia uma obra na região da Praça da Bandeira e percebeu que parte dos ferros desapareceram do local. Ele acabou achando o material em um ferro-velho na Mangueira.

Ainda de acordo com a Polícia, o dono do ferro-velho é pai de um dos militares envolvidos no crime. Ele teria pedido para seu filho resolver a questão. O pai, o filho e outros dois militares foram presos após confessar o assassinato.

O desaparecimento do papiloscopista foi notado no sábado (14). Ele era aguardado para mais um dia de plantão no Instituto Félix Pacheco. 

Segundo a Polícia Civil, Renato Couto foi vítima de uma emboscada e acabou baleado, sequestrado em um veículo da Marinha e morto. 

Marinha

Procurada pelo ENFOCO, a Marinha do Brasil (MB) informou que os militares da ativa do Comando do 1º Distrito Naval serão objetos de inquérito policial no âmbito da Justiça comum.

"Os militares envolvidos foram presos em flagrante pela polícia e responderão pelos seus atos perante a Justiça. A MB lamenta o ocorrido, se solidariza com os familiares da vítima e reitera seu firme repúdio a condutas e atos ilegais que atentem contra a vida, a honra e os princípios militares", diz a nota.

A Marinha ainda reforçou que está colaborando com as investigações e informou que abriu um inquérito policial para apurar as circustâncias da ocorrência.

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