Vítimas de assalto recuperam celulares em Niterói

A manhã desta terça-feira (22) foi de alívio e alegria para moradores de Niterói que receberam a notificação da Polícia Civil informando sobre a recuperação de seus celulares roubados ou furtados. A 76ª DP (Centro) foi um dos pontos de entrega dos aparelhos, e dezenas de vítimas compareceram para reaver seus dispositivos.

As pessoas que registraram boletim de ocorrência nas delegacias da cidade estão sendo convocadas para comparecer à unidade e retirar os aparelhos.

Foi o caso da designer de sobrancelhas Clara Letícia, de 22 anos, furtada no Fonseca durante o segundo turno das eleições municipais do ano passado. Ao receber a ligação da Polícia Civil, nesta segunda-feira (21), informando que deveria buscar seu celular, Clara achou que se tratava de um golpe. Ansiosa, chegou à delegacia por volta das 10h.

“Eles me ligaram e eu achei que fosse golpe. Fiquei muito feliz, pois tinham levado meu celular novo. O ladrão ainda debochou da minha cara”, contou Clara.

Segundo ela, o crime aconteceu quando um homem em uma motocicleta arrancou o celular de sua mão enquanto ela caminhava pela rua. Imediatamente, procurou a 78ª DP (Fonseca) para registrar o boletim de ocorrência. Na delegacia, foi orientada a apresentar a caixa do celular e documentos pessoais. A localização do aparelho, na época, apontava para a Avenida João Brasil.

“Eu não esperava. Quando furtaram meu celular, isso mexeu muito comigo. Fiquei mal. Tive que usar um aparelho velho que estava em casa para não parar de trabalhar. Como atendo com sobrancelha, preciso fotografar meus trabalhos e divulgar. Sem celular, como faz?”, relatou.

Roubo no Centro

Outro caso é o de Kaun Cavalcante, de 19 anos, que foi assaltado no Centro de Niterói quando voltava de um show da cantora Lady Gaga na madrugada do dia 31 de maio. Dois homens em uma bicicleta abordaram ele e uma amiga. Um deles estava armado com uma faca e os obrigaram a entregar os celulares e cartões.

Desde então, Kaun vinha utilizando o celular da irmã. Ele conta que, no mesmo dia em que conversava com a mãe sobre a possibilidade de comprar um novo aparelho, recebeu uma ligação e, em seguida, uma mensagem de WhatsApp informando sobre a devolução.

“Eu também achei que fosse golpe. No dia em que estava falando com a minha mãe, há cerca de três semanas, me ligaram. Eu já não tinha mais esperanças de encontrar meu celular“, disse.

Como funciona a devolução

As vítimas que tiveram seus celulares roubados ou furtados estão sendo contatadas por telefone ou WhatsApp, por meio de números funcionais das delegacias responsáveis pelos casos. Cada pessoa é informada sobre o local e a data para comparecer e reaver o aparelho.

No Rio de Janeiro, as entregas estão sendo feitas na Cidade da Polícia, na Zona Norte. Já na Região Metropolitana, os pontos de devolução incluem:

- 52ª DP (Nova Iguaçu)

- 55ª DP (Queimados)

- 59ª DP (Duque de Caxias)

- 65ª DP (Magé)

- 74ª DP (Alcântara)

- 76ª DP (Niterói)

No interior do estado, a devolução acontece nas delegacias dos próprios municípios.

Operação Rastreio

Desde o início da Operação Rastreio, em maio, mais de 4,7 mil celulares foram apreendidos por agentes da Polícia Civil. Desses, aproximadamente 1,4 mil já foram identificados e estão sendo devolvidos nesta fase. Os demais ainda passam por perícia e investigações para localização dos proprietários.

No fim de junho, uma grande ação notificou cerca de 3 mil pessoas que estavam com celulares roubados, solicitando a devolução voluntária em até 72 horas. Aproximadamente mil usuários atenderam ao chamado e entregaram os dispositivos nas delegacias.

Com o avanço da operação, pessoas que não devolveram os aparelhos passaram a ser formalmente investigadas por receptação.

A Polícia Civil informou que está instaurando inquéritos para apurar a responsabilidade penal dos envolvidos. Ainda assim, quem não compareceu à delegacia ainda pode devolver o aparelho espontaneamente, evitando maiores consequências legais.