Final Feliz
'Vou ver meus filhos', diz porteiro ao deixar presídio em Bangu
Família alega falhas nas investigações da Polícia Civil
O porteiro Paulo Alberto da Silva Costa, de 37 anos, deixou o Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio, por volta das 22h desta sexta-feira (12), mesmo dia em que seu alvará de soltura foi expedido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ). Paulo havia sido preso e era alvo de mais de 63 inquéritos apenas por ser reconhecido por foto. Ele comemorou sua saída, mas, segundo o G1, acredita que pode sim ter sido vítima de racismo.
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"Tô muito feliz de estar perto da minha família, saber que vou ver meus filhos. Acabou aquele inferno lá dentro, [que vivi injustamente]", afirmou.
Paulo passou três anos dentro do presídio. Dos 63 inquéritos contra ele, ele já havia sido condenado em 11 ocasiões, sendo que em quatro delas a condenação já transitou em julgado.
Em todos os casos, a autoria do crime foi estabelecida exclusivamente por meio de reconhecimento fotográfico feito pelas vítimas, em datas posteriores aos delitos. A Polícia Civil do Rio de Janeiro não apresentou outras evidências que pudessem incriminá-lo.
Durante o julgamento, os ministros apontaram um claro caso de racismo em todo o processo conduzido pela Polícia Civil, Ministério Público e Justiça do Rio. Eles destacaram e criticaram a inclusão da foto de Paulo no álbum de suspeitos da Polícia Civil.
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou a soltura do porteiro na última quarta-feira (10). A família dele lutou durante todo esses anos para que a justiça fosse feita.
"É uma emoção muito grande. Uma felicidade em saber que meu filho vai sair desse lugar. Eu não vejo a hora desse momento. A gente sempre falava para os filhos dele que o pai iria chegar. Hoje será diferente. Ele vai chegar e abraçar os filhos dele", disse Maria José Vicente, mãe de Paulo anteriormente.
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