Eleições 2022

Ataques entre candidatos marcam último debate presidencial

Debate é exibido pela TV Globo na noite desta quinta-feira (29)

O debate terá quatro blocos
O debate terá quatro blocos |  Foto: Reprodução TV Globo
 

Ataques entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) marcaram os primeiros minutos de debate, exibido pela TV Globo, na noite desta quinta-feira (29).

Eles são líderes na última pesquisa Datafolha, que foi divulgada hoje — sendo o primeiro com 50% dos votos válidos; e o segundo com 36%.

Bolsonaro, candidato à reeleição, citou o tema ideologia de gênero para atacar a campanha do petista. Também abordou questões como liberação das drogas e casos de corrupção investigados na Operação Lava Jato.

"O governo Lula quer crianças se interessando por sexo precocemente. É um governo que quer a liberação das drogas e desconhece a dor de uma família que tem alguém no mundo das drogas", apontou.

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A declaração de Bolsonaro, inclusive, ocorreu no embalo do também candidato a presidente Padre Kelmon (PTB), que protagonizou um discurso conservador: "A esquerda quer calar a voz dos padres, da igreja, denigre aqueles que querem fazer o bem", disparou.

Lula rebateu às acusações de Bolsonaro, pedindo ao mandatário que "minta menos".

"Ele precisava se olhar no espelho e saber o que está acontecendo no governo dele [...] Você se comporte como presidente, não minta. [Se eleito] Eu vou fazer um decreto acabando com o seu sigilo de 100 anos. Assinar [o decreto] para saber o que esse homem esconde por 100 anos. Minta menos", apontou.

Para além dos embates, o assunto Economia foi um ponto encabeçado por Ciro Gomes (PDT) e discutido pelos demais candidatos no decorrer do primeiro bloco, entre os quais Luiz Felipe D’Ávila (NOVO), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil).

Na ocasião, Ciro apontou o desemprego e endividamento das famílias, que, segundo ele, ocorreram nas duas gestões de Lula, a partir de 2003, no que considerou uma "aventura de presidir".

O petista, portanto, contradisse o adversário e apontou que os mais pobres tiveram 80% de aumento da renda em sua gestão. "22 milhões de empregos, salário mínimo em 77%, reforma agrária com 52 hectares de terra, programas de inclusão social", respondeu Lula sobre os seus feitos.

Ciro Gomes rebateu Lula ao apontar um afastamento do governo, naquela conjuntura, por "contradições graves". 

"Separou um pedacinho, esquece o resultado final, falseando um período do tempo. Se fosse uma montanha de coisas boas, porque o Bolsonaro, essa tragédia, foi eleito?", questionou.

A questão da insegurança alimentar foi lembrada por Lula, em questionamento à candidata Soraya Thronicke, que respondeu de forma afiada.

"Enquanto eles brigam, nos distraindo, a boiada passa. O Brasil passa fome [...] Os candidatos que lideram as pesquisas somam mais de 20 anos de corrupção", contou.

Segundo bloco

A segunda parte do debate mediado pelo jornalista Willian Bonner foi marcada por temas definidos em sorteio.

Os candidatos tiveram a oportunidade de falar sobre Mudanças Climáticas, Educação, Combate ao Racismo, Relação com o Congresso, Meio Ambiente e Emprego.

O debate

O posicionamento dos candidatos no estúdio foi definido por ordem alfabética do primeiro nome. Da esquerda para a direita, estão Ciro Gomes (PDT), Jair Bolsonaro (PL), Padre Kelmon (PTB), Luiz Felipe D’Ávila (NOVO), Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Simone Tebet (MDB) e Soraya Thronicke (União Brasil).

O debate tem duração de quatro blocos: o primeiro e o terceiro com temas livres; o segundo e o quarto com temas determinados por meio de sorteio. Ao final do quarto bloco, cada candidato fará suas considerações finais.

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