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    Base de Bolsonaro segue a todo vapor para salvar Daniel Silveira de cassação, diz blog

    PL para anistiar apoiadores estaria em andamento

    Publicado 25/04/2022 às 11:56 | Atualizado em 25/04/2022 às 14:50 | Autor: Ezequiel Manhães
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    |  Foto: Agência Brasil
    Conversas avançaram entre aliados após Bolsonaro assinar decreto de graça constitucional ao deputado do PTB do Rio
    Conversas avançaram entre aliados após Bolsonaro assinar decreto de graça constitucional ao deputado do PTB do Rio |  Foto: Agência Brasil

    A base do presidente Jair Bolsonaro (PL) no Congresso segue em tratativas avançadas para salvar o mandato de Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a oito anos e nove meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta (20), por ameaças e incitação à violência contra ministros da corte.

    O Planalto já teria sido avisado sobre predominância de votos para livrar Silveira, no atual cenário, da cassação do mandato, segundo apurado pelo blog Andréia Sadi.

    Desde a semana passada, quando o presidente assinou decreto de graça constitucional ao deputado do PTB do Rio, foram várias conversas entre aliados.

    Inclusive, diz a publicação, líderes do 'centrão' planejam um projeto de lei que visa anistiar apoiadores de Bolsonaro investigados por crimes de natureza política. A ideia é votar o PL em regime de urgência.

    Nomes como Roberto Jefferson e o blogueiro Allan dos Santos podem ser beneficiados, por exemplo. 

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    Na prática, o decreto de indulto assinado pelo presidente perdoa os crimes cometidos pelo parlamentar Daniel Silveira. Bolsonaro disse em live na última quinta-feira (21) que o documento é de extrema importância para democracia e a liberdade.

    A Rede Sustentabilidade, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Cidadania ajuizaram no Supremo Tribunal Federal (STF) Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPFs 964, 965 e 966, respectivamente) questionando decreto.

    As legendas alegam que a norma violou os preceitos fundamentais da impessoalidade e da moralidade, os quais devem reger a atuação da administração pública, previstos no artigo 37 da Constituição Federal. 

    Apontam ainda que o decreto deve ser anulado, pois concedeu graça constitucional sem que tenha ocorrido o trânsito em julgado de condenação, ou seja, quando não cabe mais recurso.

    Na avaliação das siglas, houve também desvio de finalidade, pois o ato não foi praticado visando ao interesse público, mas sim o interesse pessoal de Bolsonaro, pois Daniel Silveira é seu aliado político. 

    Informações divulgadas pelo portal do STF dizem que as legendas apontam também que a norma afronta o princípio da separação de Poderes, 'pois o presidente da República não pode se portar como uma instância de revisão de decisões judiciais criminais que o desagradam'.

    A Rede Sustentabilidade apresentou questão de ordem com pedido incidental na própria AP 1044, em que requer a suspensão do ato do presidente da República que, na avaliação do partido, afronta o bom andamento do processo e resulta da desobediência da decisão condenatória do STF.

    Na Reclamação (RCL) 53001, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) argumenta que Bolsonaro desvirtuou a finalidade do instrumento e, fora das hipóteses de cabimento que o autorizam, desrespeitou deliberadamente a decisão do STF na AP 1044. O senador pede liminar para que o decreto tenha seus efeitos suspensos e, no mérito, seja declarado inconstitucional.

    Na Petição (PET) 10307, o deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) afirma que, como não houve condenação definitiva, o decreto é inválido. 

    Ele argumenta que os delitos pelos quais Silveira foi condenado equiparam-se a crimes hediondos e, por este motivo, não seriam passíveis de graça ou de indulto. Segundo ele, Bolsonaro teria incorrido em desvio de função ao editar a norma.

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