Eleições 2022

Bolsonaro associa armas à democracia: 'Segurança às famílias'

Presidente também lançou dúvidas a respeito das eleições

Presidente tem tido recentes embates com o TSE em razão das urnas eletrônicas
Presidente tem tido recentes embates com o TSE em razão das urnas eletrônicas |  Foto: Anderson Riedel/PR
  

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a associar, durante evento em Aracaju, nesta terça-feira (17), o uso de armas à população para defender a democracia. O chefe do Executivo federal reiterou que vai liberar armamentos para a segurança das famílias e que é importante, em suas palavras, para a soberania nacional. A fala ocorreu durante a inuguração da duplicação do trecho da BR/101/SE e conclusão dos acessos sobre o Rio São Francisco, em Aracaju. 

O presidente também lançou, sem apresentar provas, dúvidas a respeito do processo eleitoral brasileiro durante discurso nesta segunda-feira (16), em um encontro com empresários do setor de alimentos e bebidas em São Paulo. Na fala, Bolsonaro citou que o país pode ter 'eleições conturbadas' e que em outubro 'tudo pode acontecer'. 

Nós defendemos o armamento para o cidadão de bem porque entendemos que a arma de fogo, além de segurança às famílias, é a segurança para a soberania nacional. A garantia que nossa democracia será preservada. Não interessa os meios que tenhamos que usar Jair Bolsonaro, Presidente da República
  

Aventuras autoritárias

A fala de Bolsonaro acontece no mesmo dia em o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, comentou que o que ocorre no Brasil serve como vitrine para a comunidade global, e que o país tem obrigação de mostrar que não aceita mais aventuras autoritárias. 

"Somos hoje uma vitrine para os analistas internacionais, e cabe à sociedade brasileira garantir que levaremos aos nossos vizinhos uma mensagem de estabilidade, de paz e de segurança, e que o Brasil não mais aquiesce a aventuras autoritárias", disse. 

A declaração foi dada durante abertura do evento Democracia e Eleições na América Latina, na sede do TSE, em Brasília. Fachin disse que o Brasil não está alheio ao que acontece em outros países, e que o acontece aqui também exerce influência nos rumos internacionais.

O presidente do TSE lembrou casos recentes de ataques a instituições democráticas – como a invasão ao Capitólio, nos EUA e ataques a autoridades eleitorais no México, Peru e Equador – e afirmou que o Brasil deve considerar esses episódios como um alerta do que não pode ser tolerado.

Fachin anunciou ainda parceria com o professor Daniel Zovatto, do Instituto Internacional para Democracia e Assistência Eleitoral (Idea Internacional), para trazer ao Brasil observadores eleitorais europeus, além de outros já confirmados pela Organização dos Estados Americanos (OEA) e pela Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), entre outros. 

O embate com o Executivo também foi motivo de resposta do Tribunal Eleitoral na semana passada. O ministro comentou as falas do presidente Bolsonaro que sugeriu que quem deveria tomar conta das eleições eram as Forças Armadas. Fachin deixou claro que a Corte aceita colaborações, mas a palavra final é do tribunal. 

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