Declaração
Bolsonaro nega plano de golpe e acusações da PF
Ex-presidente foi indiciado por suposto plano golpista
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta segunda-feira (25), que nunca houve discussão sobre a possibilidade de um golpe de Estado de sua parte e que estudou todas as opções dentro dos limites da Constituição.
“Ninguém vai dar golpe com general da reserva e mais meia dúzia de oficiais. É um absurdo o que estão falando. Da minha parte, nunca houve discussão de golpe. Se alguém viesse discutir golpe comigo, ia falar: ‘Tudo bem, e o after day? E o dia seguinte, como fica o mundo perante a nós?’ Todas as medidas possíveis, dentro das quatro linhas, dentro da Constituição, eu estudei”, afirmou Bolsonaro, ressaltando que nunca cogitou ações fora dos limites legais.
A declaração foi dada após o indiciamento de Bolsonaro e 36 outras pessoas pela Polícia Federal (PF) por um suposto plano golpista que teria sido articulado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.
O ex-presidente também destacou que nunca esteve ciente de quaisquer discussões relacionadas a um golpe.
A palavra golpe nunca esteve em meu dicionário. Desde quando eu assumi, em 2019, vinha sendo acusado de querer dar um golpe
Bolsonaro reagiu ainda a áudios divulgados pela Polícia Federal, em que militares discutem a possibilidade de instaurar um golpe. Segundo ele, os registros "lhe ofendem".
"Até nesses áudios vazados, me ofende, até. Não faço, jamais faria algo fora das quatro linhas. Dá pra você resolver os problemas do Brasil, seus problemas, inclusive, dentro da Constituição", disse.
A PF revelou 52 áudios que fazem parte da investigação, nos quais se incluem conversas entre Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mario Fernandes, general envolvido no suposto plano, e outros militares de alta patente.
Sobre o estado de sítio, Bolsonaro reafirmou que não tomou qualquer medida nesse sentido.
Não levei para frente. Até para estado de Defesa. Não convoquei ninguém e não assinei papel. Eu procurei saber se existia alguma maneira na Constituição para resolver o problema. Não teve como resolver, descartou-se
De acordo com a Constituição brasileira, o estado de sítio pode ser decretado pelo presidente da República em duas situações: em caso de comoção grave de repercussão nacional ou após a declaração de estado de guerra. Para isso, é necessário ouvir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional, além de obter autorização do Congresso Nacional.
As investigações da PF seguem em curso, com análises adicionais dos áudios e depoimentos dos indiciados.
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