Eleições 2022

Ciro Gomes muda versão sobre 'conversa' com Bolsonaro em debate

Candidato critica argumento do voto útil

Ciro Gomes afirmou que seguirá com sua candidatura até o fim do pleito e criticou as campanhas pelo chamado voto útil
Ciro Gomes afirmou que seguirá com sua candidatura até o fim do pleito e criticou as campanhas pelo chamado voto útil |  Foto: Arquivo/Karina Cruz
 

O candidato à Presidência da República Ciro Gomes (PDT) disse nesta segunda-feira (26) que a 'conversa' que teve com Jair Bolsonaro (PL) durante o debate de presidenciáveis no último sábado (24) não passou de um esclarecimento sobre o nome do presidenciável padre Kelmon (PTB).

“Tu acha mesmo que eu vou conversar com Bolsonaro na frente das câmeras? Bolsonaro me perguntou qual era o nome do tal padre. E eu coloquei a mão aqui para o padre não ver, porque estava ele de um lado e Bolsonaro do outro. Eu disse: padre Pokemon. Não, brincadeira, padre Kelmon. Foi isso”, afirmou Ciro.

A declaração foi dada ao Flow Podcast. Ocorre que esta é a segunda versão de Ciro sobre o mesmo assunto, após o pedetista aparecer falando em direção ao atual presidente, cobrindo a boca com as mãos, no debate.

No domingo (25), um dia depois do episódio, Ciro explicou via redes sociais ter dito: "Ela não falou seu nome" a Bolsonaro, se referindo ao pedido de resposta que o presidente havia acabado de solicitar devido a uma fala de Soraya Thronicke (União Brasil).

Ainda nesta segunda, Ciro Gomes afirmou que seguirá com sua candidatura até o fim do pleito e criticou as campanhas pelo chamado voto útil. Ele fez a declaração no comitê central da campanha, em São Paulo, com transmissão pelas redes sociais.

“Nada deterá a minha disposição de seguir em frente a empunhar a bandeira do novo projeto nacional de desenvolvimento e, também, a denunciar os corruptos, farsantes e demagogos que tentam ludibriar a fé popular com suas falsas promessas”, disse. “Minha candidatura está de pé para defender o Brasil em qualquer circunstância. E meu nome continua posto, como firme e legítima opção, para livrar o país de um presente covarde e de um futuro amedrontador”, completou.

Na semana passada, intelectuais e políticos latino-americanos divulgaram uma carta pedindo a desistência de Ciro Gomes. O objetivo é reforçar o voto útil, ainda no primeiro turno.

No chamado voto útil, o eleitor entende que, ao votar em determinado candidato que não lidera as pesquisas, pode estar desperdiçando seu voto, então, acaba votando em alguém com mais chances de ganhar. Ciro criticou o que classificou como polarização da campanha eleitoral.

“Para eliminar, na raiz, a diversidade do embate democrático, tentam transformá-lo, de forma artificial e prematura, no embate de duas forças que utilizam falsos argumentos morais para se tornarem hegemônicas”, disse. “As máquinas poderosas do lulismo e do bolsonarismo estão conseguindo ludibriar a percepção popular, passando a falsa ideia de que apenas um pode derrotar o outro”, destacou.

Para o pedetista, o argumento do voto útil priva os cidadãos do direito de expressar a pluralidade de ideias e valores da sociedade.

“Na reta final da campanha mais vazia da história, embalam tudo no falso argumento do voto útil. Com essa pregação, querem eliminar a liberdade das pessoas de votarem no regime de dois turnos, primeiro no candidato que mais representa seus valores e, se for o caso, de optarem depois por aqueles que mais se aproximem de suas ideias”, disse.

O primeiro turno das eleições deste ano será no próximo domingo (2) e o segundo, em 30 de outubro.

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