Moção de aplausos
Equipe de enfermagem que flagrou abuso pode ganhar honra na Alerj
Flagrante desencadeou na prisão de médico anestesista
O ato de coragem da equipe de enfermagem que filmou o estupro cometido pelo médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, pode ser premiado na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Esse é um desejo das deputadas estaduais Rosane Felix (PL) e da Enfermeira Rejane de Almeida (PCB). Isso deve ocorrer no início de agosto, após o recesso na Casa Legislativa.
A reportagem apurou que a iniciativa pode ser conjunta, ou não. Por enquanto, as parlamentares planejam, de forma individual, entregar a moção de congratulações e aplausos.
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Rejane preside a Comissão da Defesa dos Direitos da Mulher. O comitê, inclusive, prepara projetos de lei que visam garantir direitos das mulheres nesses espaços.
"Pontuamos um projeto de lei (PL) no qual será obrigatório realizar filmagens dentro do campo cirúrgico dos hospitais e essas deverão ser entregues aos familiares das atendidas. Um outro PL que sugerimos é o de garantia de acompanhamento psicológico e social às vítimas e suas famílias e uma indenização. Vamos cobrar. Que comece a valer imediatamente a lei que garante a presença do acompanhante durante os partos", afirmou Rejane.
Já a deputada Rosane Felix (PL), presidente da Comissão dos Assuntos da Criança, do Adolescente e do Idoso, disse que reconhece a atitude nobre e estratégica da equipe de enfermagem. Ela destacou, ainda, os riscos que as funcionárias do Hospital da Mulher tiveram com a atitude de gravar o ato.
"Essas enfermeiras salvaram não só essa vítima, como tantas outras que viriam a ser violentadas por esse monstro. Mulheres corajosas que não mediram esforços, arriscaram os seus empregos para colocá-lo atrás das grades. São dignas de aplausos", escreveu a deputada.
Como enfermeira e presidente da Comissão da Defesa da Mulher, Rejane diz que o crime cometido pelo médico é inimaginável.
"A gente nunca vai imaginar que um profissional de saúde que faz um juramento ético, que se forma, possa cometer um crime desse tipo. O momento do parto tem que ser de festa. O cara fazer isso é inimaginável. Não só a população feminina está chocada, mas todo o país. Ele é um monstro e deve permanecer preso", afirmou. ela.
O caso
O médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra foi preso em flagrante na madrugada da última segunda-feira (11) após ser acusado pelo crime de estupro dentro do Hospital da Mulher, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.
Segundo a Polícia Civil, enfermeiras e técnicas da unidade hospitalar foram as responsáveis por gravar em vídeo o médico estuprando uma grávida durante cesariana na unidade.
No registro, a paciente aparece inconsciente, deitada na maca. Do lado esquerdo do lençol, a equipe cirúrgica do hospital começa a cesariana. Já do lado direito do lençol, Giovanni abre o zíper da calça, puxa o pênis para fora e o introduz na boca da grávida.
Após terminar a ação criminosa, Giovanni pega um lenço de papel e limpa a vítima para esconder os vestígios do crime. Investigadores da Delegacia de Atendimento à Mulher de São João de Meriti tiveram acesso as imagens.
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