Lula e Bolsonaro: um mar de fake news às vésperas do segundo turno

Domingo, eu vou... às urnas. Na reta final das campanhas, a disputa entre Bolsonaro e Lula na corrida para a Presidência da República vira uma espécie de vale-tudo, com direito a ataques e fake news. No meio disso tudo está o eleitor, que decide o destino do país no dia 30. O desmentido de uma dessas mentiras levou a um recorde nas redes sociais. A resposta do influenciador Casimiro Miguel ao senador Flávio Bolsonaro (PL) tornou-se a publicação mais curtida da história do Twitter no Brasil. Foram mais de 1 milhão de curtidas.

O streamer havia sido alvo de uma fake news na noite do último sábado (22). Na ocasião, o perfil de Flávio Bolsonaro compartilhou uma montagem de Casimiro, como se ele estivesse apoiando Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno das eleições, que acontece no próximo domingo (30).

O influenciador havia completado 29 anos e, por isso, postou uma foto com balões em forma dos números nas redes sociais. A imagem foi alterada, e o algarismo '9' foi convertido em um '2'. Confira:

O influenciador criticou a situação e afirmou que votará em Lula (PT), rival político de Jair Bolsonaro. Ele também repudiou o uso de sua imagem sem a devida autorização.

Depois de toda a repercussão, Flávio Bolsonaro se desculpou pelo ocorrido e esclareceu que se tratava de uma publicação feita por um de seus assessores. Ele também explicou que retirou a postagem logo que soube dela.

Junto do pedido de desculpas, o político manifestou o desejo de que seu pai vencesse as eleições e também adicionou uma montagem de vídeos do candidato a Vice-Presidência, Geraldo Alckmin (PSB), alternado momentos em que apoia e critica Lula, candidato à Presidência e antigo rival político de Alckmin. Confira:

Prezado @Casimiro peço desculpas pela postagem equivocada. Foi de minha assessoria, mas responsabilidade não se transfere. Tão logo soube, mandei retirar imediatamente. Se Deus quiser, Bolsonaro vai vencer e continuaremos resgatando o Brasil do caos deixado PT. Abs! pic.twitter.com/yH69Sv9Lez

— Flavio Bolsonaro #B22 (@FlavioBolsonaro) October 23, 2022

Antigo recorde

Antes da resposta de Casimiro, o tuíte mais curtido no Brasil era o de Vinícius Júnior, no dia 16 de setembro, em uma campanha contra o racismo no futebol espanhol. Na ocasião, a publicação chegou próximo a 760 mil curtidas. 

Janones e inverdades

O lado bolsonarista desta corrida eleitoral também sofreu com publicações inverídicas. O deputado federal André Janones (Avante-MG) precisou remover postagens de sua rede social na qual vinculava o presidente Jair Bolsonaro (PL) a Roberto Jefferson (PTB). A decisão foi do Ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes. 

Janones argumentava que Jefferson coordena a campanha política de Bolsonaro. Além disso, o político mineiro também diz que o presidente saiu em defesa de Jefferson. O ex-deputado está preso desde o domingo (23) por atirar e lançar granadas contra policiais federais.

Alexandre de Moraes aceitou o pedido da defesa de Bolsonaro para que as postagens fossem retiradas. Em sua decisão, ele argumenta que Janones faz uso de suposições e que as afirmações estão descoladas da realidade.

“O conteúdo veiculado nas postagens realizadas pelo representado, em 23/10/2022, se descolam da realidade, por meio de inverdades e suposições, fazendo uso de recortes e encadeamentos inexistentes, com o intuito de induzir o eleitorado negativamente, a crer que Roberto Jefferson seria o coordenador de campanha de Jair Messias Bolsonaro e que o candidato teria manifestado apoio aos atos criminosos cometidos na data de hoje”, relatou o ministro.