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'Oi, querida': Dilma reaparece ao lado de Lula em evento no Rio

Encontro internacional na Uerj reuniu apoiadores do PT

Dilma e Lula mostraram união durante o evento.
Dilma e Lula mostraram união durante o evento. |  Foto: Reprodução PT
 

Em evento realizado nesta quarta-feira (30), no campus Maracanã, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) reapareceu ao lado do pré-candidato à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro fez parte do evento chamado Democracia e Igualdade, e contou também com a presença de apoiadores da candidatura e líderes internacionais. 

Recentemente, o Partido dos Trabalhadores não convidou Dilma para reuniões que davam corpo para a união com o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSB), que deve formar chapa com Lula para as eleições deste ano. No entanto, o que mais incomodou a ex-presidente foi a presença de Marta Suplicy que votou a favor do impeachment que a afastou do cargo em 2016. Lula chegou a dizer que a ex-presidente não tinha espaço em um eventual retorno petista ao poder. 

Dilma também chegou a alertar Lula sobre a possiblidade de Alckmin vir a ser um novo Michel Temer, sendo um pontapé inicial para uma possível eleição. No entanto, o pré-candidato à presidência da República confia no ex-tucano e descartou a possibilidade de traição. Uma ala do PT enxerga Dilma como motivo da derrocada da legenda na política e entende que ela deveria ser afastada dos palanques eleitorais para não manchar uma possível volta de Lula ao Palácio do Planalto. 

No entanto, aliados voltaram a aparecer juntos nesta quarta-feira (30) durante a cerimônia de encerramento do Encontro Internacional  "Democracia e Igualdade - Para um novo modelo solidário de desenvolvimento", na Concha Acústica Marielle Franco, na UERJ, Zona Norte do Rio. 

Em seu discurso, a ex-presidente informou que estará presente durante a campanha de Lula para as eleições deste ano e aproveitou para indicar temas que serão abordados, caso o aliado seja eleito.

"Eu vou falar o que eu disse quando saí da Presidência da República. Eu falei que isso não ia ficar assim e que nós voltaríamos. E nós voltamos. Nós vamos estar nas ruas defendendo o Brasil. Nós não vamos deixar a Petrobras ser entregue para às grandes empresas internacionais. Nós não vamos deixar que eles continuem condenando brasileiro à fome. Eles vão inventar muita mentira contra o nosso presidente neste ano. Mas vocês vão lembrar o seguinte: os nossos erros são meus. Os nossos acertos são nossos", discursou. 

Evento

Durante a cerimônia, Lula discursou sobre suas origens e criticou medidas realizadas pelo Governo Bolsonaro. De acordo com o ex-presidente, a ideia é retomar a bandeira e a camisa da seleção brasileira, retirar a imagem atrelada à extrema-direita, e entregar nas mãos do povo. Segundo Lula, Bolsonaro é "frágil" e "boçal" e o ministro da Economia, Paulo Guedes, "não sabe fazer economia para o povo. Ele faz para vender."

O ex-presidente também comunicou ao público que pretende reestabelecer o contato com países da América do Sul e recriar uma hegemonia brasileira.

"Nós viramos uma espécie de referência para outros países e acho que isso incomodou um pouco os Estados Unidos porque eles não queriam garantir que o Brasil tivesse força política, se não fosse a deles na América do Sul. Os nossos parceiros são exatamente os países da América do Sul. Nós não precisamos ter fronteira. A fronteira é o desenvolvimento e acabar com a miséria."

O reitor da UERJ, Ricardo Lodi Ribeiro, que se filiou ao PT em 2021, anunciou a sua renúncia do cargo enquanto realizava seu discurso. De acordo com ele, a ideia é dar prosseguimento na carreira política e continuar na luta pela educação.

"Estou renunciando neste momento do cargo de Reitor da UERJ. Essa revolução vai continuar com o companheiro Mário Carneiro no meu lugar. A gente precisa reconstruir e salvar a educação neste país. É preciso garantir a autonomia universitária", comunicou.

O evento também contou com a presença da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, o prefeito de Maricá, Fabiano Horta (PT), o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), André Ceciliano (PT) e o pré-candidato ao Governo do Estado, Marcelo Freixo (PSB) e do ex-ministro Aloízio Mercadante.

A vice-presidente da Espanha, Yolanda Díaz, e ex-presidentes da Espanha e da Colômbia, José Luís Zapatero e Ernesto Samper, respectivamente, além de representantes de outros países latinos também estiveram no evento. O Encontro foi organizado pelo Grupo Puebla e aconteceu entre esta terça-feira (29) e quarta-feira (30). 

É o segundo encontro político que Lula garante presença em uma semana no Rio. No último dia 26, o candidato esteve presente na comemoração dos 100 anos do PCdoB em Niterói. 

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Tentativa de derrubada

O deputado estadual Alexandre Freitas (Podemos) tentou, junto ao Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a suspensão do evento.

De acordo com Freitas, a visita dos petista estaria sendo realizada para promover uma propaganda político-partidária e citou a filiação do reitor da universidade ao PT como justificativa. O parlamentar ainda citou que o evento é um "comício disfarçado de encontro internacional."

Em nota divulgada para a imprensa, a UERJ informou que as representações feitas pelo deputado indicam uma tentativa de censura sobre a manifestação de expressão, além de ser uma "agressão à autonomia universitária, essencial à existência das universidades." Contudo, o Tribunal de Justiça do Rio e o TSE entenderam que a justificativa do parlamentar não era válida e o evento foi liberado. 

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