Desatualizado
Perfil de Bolsonaro no Telegram está em 'silêncio' desde sábado
Canal é a principal ferramenta do governo para informações
O perfil oficial no Telegram do presidente Jair Bolsonaro (PL), denominado "Jair M. Bolsonaro 1", está sem atualização desde o último sábado (29) por volta das 22h05.
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O presidente perdeu a reeleição no pleito do último domingo (30) para o agora eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A rede social reúne mais de 1,8 milhão de inscritos e é um dos principais canais de informação para seus apoiadores.
A equipe do governo costumava postar realizações da gestão de Bolsonaro e seus pronunciamentos. No último vídeo, inclusive, o presidente falou sobre a vitória dos candidatos de seu partido, o PL, no primeiro turno das eleições e o novo desenho do Congresso Nacional, que teve uma inclinação mais à direita.
"No último dia 2 (de outubro), elegemos um Congresso bem mais conservador, afinado com as nossas pautas, com os nossos ideais. O Congresso é voltado para Deus, pátria, família e liberdade", disse que ele ainda falou sobre 22 propostas que, segundo ele, estavam "paradas" e agora poderiam prosseguir. O perfil de Bolsonaro no Telegram é descrito como o canal oficial de comunicação do presidente.
Nem mesmo o pronunciamento após a derrota das eleições, que aconteceu na última terça (1º), mais de 40 horas depois do pleito, foi postado no perfil.
Pronunciamentos
Em discurso na terça-feira (1), o liberal não reconheceu nem questionou a derrota nas urnas. O político também falou sobre as manifestações que acontecem nas estradas em vários estados brasileiros. O discurso durou menos de três minutos.
''Quero começar agradecendo os 58 milhões de votos que recebi. Os movimentos são frutos de indignação e de um sentimento de injustiça. Manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas'', disse em primeiro momento.
''A direita surgiu de verdade em nosso país. Nossa robusta participação no Congresso mostra nossos valores. Nosso sonho segue mais vivo do que nunca. Somos pela ordem e pelo progresso'', garantiu.
Já em seu segundo discurso, postado nas redes sociais nesta quarta-feira (2), o chefe do Executivo focou mais nas manifestações que seus apoiadores estão fazendo pelo país. Muitos deles pedem uma intervenção militar, outros pedem uma intervenção federal e até a anulação do resultado do segundo turno também está sendo solicitada por eles.
Com aparência abatida, ele diz que os protestos e manifestações fazem parte do "jogo democrático", mas ressaltou "não ser legal" prejudicar o direito de ir e vir dos cidadãos.
"Sei que vocês estão chateados, estão tristes, esperavam outra coisa. Eu também estou tão chateado, tão triste quando você, mas temos que ter a cabeça no lugar", pontuou.
O atual chefe do Executivo disse que a medida prejudica, dentre outros pontos, o setor da Economia.
"Sei que a Economia tem a sua importância [...] Quero fazer um apelo a você: desobstrua as rodovias. Isso daí não faz parte, no meu entender, dessas manifestações legítimas", continuou.
Durante discurso, Bolsonaro também pediu para que os grupos protestem de outra forma. E reforçou que ao longo dos quatro anos de mandato, batalhou para "ressurgir o sentimento patriótico".
"Prejuízo todo mundo está tendo com as rodovias fechadas. O apelo que eu faço a você: desobstrua as rodovias, proteste de outra forma, em outros locais que isso é muito bem-vindo, faz parte da nossa democracia. Por favor, não pensem mal de mim. Eu quero o bem de vocês [...] Vamos desobstruí-las para o bem da nossa nação e para que nós possamos continuar lutando por democracia e por liberdade", finalizou.
Urnas
Luiz Inácio Lula da Silva (PL) foi eleito presidente da República no último domingo (30) ao derrotar em segundo turno o atual candidato Bolsonaro. O ex-presidente retorna ao cargo após um hiato de 12 anos. Essa é a terceira vez que o petista assume a posição, algo inédito para o cargo depois da Nova República.
Com 100% das urnas apuradas, Lula teve 60.345.999 milhões de votos (50,90% dos válidos), e Bolsonaro, 58.206.354 milhões de votos (49,10%). Os dados são do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
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