Política

Quaquá testa aparelho para tratamento da Covid-19 em Maricá

Quaquá foi usado como 'cobaia' do novo tratamento. Foto: Karina Cruz

A Prefeitura de Maricá assinou, na manhã desta quarta-feira (25), um contrato de Encomendas Tecnológicas (Etecs) para a produção de aparelhos de ventilação não invasiva, onde os pacientes vítimas de Covid-19 não precisariam ser entubados. A assinatura aconteceu no Hospital Municipal Enersto Che Guevara, em São José do Imbassaí.

De acordo com o presidente do Instituto de Ciências e Tecnologia e Invocação de Maricá (ICTIM), Celso Pansera, o projeto é totalmente inovador.

"Temos a certeza que estamos apostando e investindo na melhor prática, porque estamos inovando na compra de um produto que não existe no mercado. Vamos desenvolver uma solução própria, mais barata e de melhor qualidade", afirmou.

Segundo o diretor de Ensino e Pesquisa do Hospital Che Guevara, Pedro Portari, o protótipo do aparelho, que é um capacete, está sendo testado na unidade desde junho.

"Agora temos condições de fazer o projeto nos moldes legais e ficamos muito felizes em participar disso. O Che Guevara entra como um laboratório de pesquisa, mesmo não sendo um hospital universitário", afirmou.

O ex-prefeito de Maricá, Washington Quaquá, que está internado na unidade de saúde por conta da Covid-19, realizou teste com o aparelho na manhã desta quarta-feira (25).

"Esse balão é mais confortável com a máscara", disse o ex-prefeito.

Inovação

De acordo com a prefeitura, as (ETecs) são um mecanismo de incentivo à pesquisa científica e tecnológica previsto na Lei de Inovação (Lei 10.973/2004), em que as demandas do setor público impulsionam o desenvolvimento de soluções inovadoras.

Desta maneira, em vez de ir ao mercado em busca de um item, o poder público incentiva a pesquisa científica e tecnológica que resultará numa solução inovadora e mais barata.

Hugo Miranda, um dos sócios da empresa que vai produzir os aparelhos, disse que pretende junto com a equipe de pesquisa do hospital, agregar novas funcionalidade e melhorias no produto.

"Vamos projetar tudo o que vai ser necessário para produzir em escala. Espero que depois de disso tudo a gente consiga ajudar a salvar muitas vidas", destacou.

Michelle Silvares, diretora executiva do hospital atentou que a ventilação não invasiva evita complicações do paciente na parte respiratória.

"Saber que não só o Che vai se beneficiar desse projeto, mas a possiblidade de levar para outros municípios é muito satisfatório, um verdadeiro orgulho para nós que somos profissionais da saúde", salientou.

Ainda segundo Portari, desde o primeiro momento, a encomenda surgiu na necessidade do hospital dá qualidade aos pacientes.

"Esse capacete é um instrumento que vai servir para sempre, pois a síndrome respiratória vai continuar existindo com ou sem Covid. Conseguimos mobilizar a secretaria de saúde, que é quem faz a encomenda. Sendo assim, a ideia do aparelho nascer dentro do serviço de saúde, é o que completa todo o processo. Nós entendemos o hospital como um laboratório de pesquisa clínica", pontuou.

Investimento

De acordo com o diretor do ICTIM, Celso Pansera, o projeto de pesquisa e desenvolvimento do novo aparelho de ventilação não invasiva conta com recursos de pouco mais de R$ 1 milhão e já está sendo avaliado pelos médicos do comitê científico do Hospital Che Guevara.

Para Pansera, o lançamento da ETec é o primeiro passo para substituir os royalties da natureza, que vêm da exploração do petróleo, pelos royalties da ciência, oriundos da indústria da inovação.

"Com essa inciativa, Maricá sairá ganhando de duas formas: primeiro, tendo acesso a equipamentos médicos com baixo custo e, em segundo, com a geração de empregos para nossos cidadãos, pela atração de indústrias inovadoras, além do recebimento de royalties de propriedade intelectual sobre a patente do aparelho desenvolvido e fabricado na cidade", afirmou Pansera.

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