Talento
Quem é o saxofonista de São Gonçalo que chama atenção de famosos
Daniel Baltazar foi visto 8 milhões de vezes só em um vídeo
O saxofonista Daniel Baltazar, de 29 anos, morador do Engenho Pequeno, em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, está soprando forte nos corações. Com um vídeo viral que ultrapassou 8 milhões de visualizações, ele conquistou a internet, furou a bolha gospel e chamou a atenção até de nomes como o jogador de futebol Vitor Roque, as cantoras Marvvila e Azzy, e a apresentadora Patrícia Ramos.
O sucesso chegou em maio, quando Daniel foi gravado tocando em uma igreja evangélica, de um jeito tão autêntico que não teve quem ficasse parado. "Nem o sax sabia que conseguia fazer isso", comentou um seguidor.
A partir daí, muitos outros vídeos bombaram no seu perfil, onde acumula quase 42 mil seguidores. Mas por trás do viral está uma longa caminhada de dedicação à música. Daniel conta que tudo começou ainda na infância.
“Minha trajetória da música começou aos 10 anos de idade, quando fui a um encontro de orquestra numa igreja que logo depois eu faria parte. Nesse dia vi um rapaz que tocava muito, o Rafael Moraes. Logo comecei as aulas e, um ano depois, passei a estudar com o próprio Rafael. Foi aí que tive uma grande evolução musical, aprendi muita coisa”, lembra.
Daniel também leva sua música para espaços de acolhimento. Nesta quinta-feira (2), por exemplo, ele tocou no Instituto Unidas pela Vida, em São Gonçalo, um espaço dedicado a pacientes em tratamento contra o câncer. Ao som de “Ninguém Explica Deus”, de Preto no Branco, lágrimas rolaram e a emoção tomou conta do local. Assista abaixo:
“Levar a música como forma de alívio, de paz para as pessoas que estão passando por momentos delicados tem se tornado uma missão de vida pra mim, um grande propósito. Fazer isso com excelência e ver resultado não tem preço", afirma ao ENFOCO.
Daniel faz questão de lembrar que o primeiro vídeo viral surgiu de forma totalmente espontânea:
“Eu não imaginava que teria esse impacto porque foi um vídeo que me mandaram, de um momento que eu estava improvisando o saxofone com amigos e não tinha pretensão de postar. Quando postaram e me marcaram, eu repostei. Logo vieram muitos comentários dizendo que o mundo precisava ver aquilo. Eu não estava vendo da maneira que as pessoas estavam vendo, mas confiei na palavra dos amigos. Quando postei, o impacto foi imediato e tudo aconteceu”, relembra.
O saxofonista ressalta que a música precisa ir além de acordes. “O músico não pode ser uma pessoa triste ou amargurada, porque não é apenas tocar, é transmitir. Se eu for alegre, vou transmitir isso enquanto toco e as pessoas serão cativadas. O músico tem o dever de ser animado”, diz.
E esse impacto vai além das telas. Recentemente, um seguidor relembrou um episódio que emocionou Daniel.
“Ele me disse que há seis anos um amigo estava na carreata que eu toquei. Esse rapaz estava com câncer e os médicos deram poucos dias de vida. Mas essa carreata fez toda a diferença e hoje o rapaz se encontra bem". Ao relembrar a mensagem, ele confessa: “Esse comentário encheu meu coração de alegria.”
Mesmo com os frutos da carreira, Daniel sabe que viver de música no Brasil não é simples. “Viver da música no Brasil não é fácil, não é tão simples. Mas o que eu diria para os jovens é que o segredo está na constância”, aconselha.

Entre suas inspirações, Daniel cita grandes referências do saxofone, como o norte-americano Kenny G.
"Eu busco ter a minha identidade, assim como outros saxofonistas que marcaram toda uma geração", destaca.
Com projetos que incluem tocar cada vez mais nas ruas e em lugares onde a arte chega pouco, o saxofonista segue firme em seu propósito.
“Eu fico muito feliz de a música estar rompendo a bolha do segmento gospel. Muitas pessoas estão sendo alcançadas, de todas as religiões, de todas as classes sociais. Esse é o poder da música: nos leva a lugares inimagináveis”, conclui Daniel Baltazar.


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