Tragédia
Você sabia que Juliana não foi a única moradora de Niterói a cair em vulcão?
Descubra quem foi Antônio da Silva Jardim

Você sabia que o nome Silva Jardim, presente em escolas, ruas e até em uma cidade do estado do Rio, homenageia um político que morreu tragicamente ao cair dentro de um vulcão na Itália?
Assim como a publicitária Juliana Marins, de 26 anos, que morreu tragicamente ao cair do Monte Rinjani, na Indonésia, essa outra figura da história brasileira tem uma forte ligação com Niterói, na Região Metropolitana do Rio.
Antônio da Silva Jardim (1860 - 1891) tem uma trajetória marcada pelo ativismo, a luta republicana e um fim digno de roteiro de cinema: com direito a estátua na Praça da República, entre a Av. Ernani do Amaral Peixoto e a Rua Dr. Celestino, no Centro da cidade.
Ele nasceu na vila de Nossa Senhora da Lapa de Capivari - atualmente Silva Jardim, no Rio de Janeiro; e foi um advogado, jornalista e ativista político brasileiro.
Enviado para Niterói, onde pudesse estudar, Silva Jardim também ajudou a fundar o jornal estudantil “O laboro literário”, onde deu início à sua vida política. Quando se mudou para São Paulo, para estudar Direito, as ideias republicanas e a campanha abolicionista já faziam parte de debates no parlamento. Ele atuava em comícios, escrevia para jornais como a Gazeta de Notícias e a Tribuna Liberal e, com recursos próprios, percorreu o Brasil discursando em praças públicas.
Esse empenho, no entanto, não foi suficiente para continuar traçando sua trajetória. Com a Proclamação da República, em 1889, Silva Jardim tentou se manter no novo regime, mas ficou isolado politicamente. Ele também chegou a se candidatar ao Congresso Constituinte, pelo Distrito Federal, em 1890, mas foi derrotado e anunciou seu afastamento da política.
Morte trágica em vulcão

Após este episódio, em 1891, decidiu dedicar-se à família e, após uma viagem à Itália, com a esposa e os filhos, não retornou mais. Ao visitar a cidade de Pompeia, decidiu subir o vulcão Vesúvio, no dia 1º de julho. Ele foi acompanhado do amigo, Joaquim Carneiro de Mendonça, e de um guia local. Quando se aproximou da borda da cratera, uma súbita atividade sísmica provocou o desmoronamento do solo e ele foi engolido por uma fenda.
À época, a suspeita era que ele teria cometido suicídio após a derrota política, mas a testemunha ocular, seu amigo, desmentiu, conforme registros históricos.
Homenagens
Em reconhecimento à sua trajetória, o município de Capivari, no Rio de Janeiro, foi rebatizado como Silva Jardim, em sua homenagem. Seu nome também batiza ruas e escolas por todo o Brasil.
Na Câmara Municipal de Niterói, um busto de Silva Jardim integra o conjunto de estátuas dos “heróis fluminenses”, instalado em 1967. A homenagem até hoje recebe flores e manifestações simbólicas.

“Ele não teve a chance nem de concorrer a outros cargos e mesmo assim marcou a nossa história. Aqui em frente à Câmara de Niterói pode ser vista a estátua dele, logo na frente. Ele viveu pouco, teve um fim trágico, mas nunca mais foi esquecido”, enfatizou ao ENFOCO o historiador Rubens Carrilho, que cuida de todo acervo histórico da Câmara.


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