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    Entrevista

    Ex-global emociona com monólogo pessoal em teatro do Rio

    Mouhamed Harfouch explora temas sobre identidade e aceitação

    Publicado 21/01/2025 às 16:10 | Atualizado em 21/01/2025 às 16:27 | Autor: André Silva
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    Espetáculo revisita trajetória de vida de Mouhamed Harfouch
    Espetáculo revisita trajetória de vida de Mouhamed Harfouch |  Foto: Divulgação / Gustavo de Freitas Lara

    Após conquistar o público em três apresentações especiais em Juiz de Fora, Minas Gerais, o ator Mouhamed Harfouch estreou, no último dia 10, o monólogo “Meu Remédio” no Teatro Ipanema, na Zona Sul do Rio.

    Com direção de João Fonseca, o espetáculo mistura drama e comédia para contar uma história pessoal, em que Harfouch revisita sua trajetória de vida, explorando temas como identidade, pertencimento e aceitação.

    No palco, o ator abre um baú de memórias que o conecta com sua ancestralidade síria, sua relação com o próprio nome e os desafios de carregar uma herança cultural em um contexto muitas vezes preconceituoso.

    O espetáculo é resultado de um processo criativo íntimo, em que Harfouch expõe vulnerabilidades e reflexões que marcaram sua história.

    “A vontade de falar sobre meu pai, sobre a força e a coragem dos imigrantes, e sobre minha inabilidade em aceitar meu nome e minha origem foram as principais inspirações para esse projeto”, revelou o ator em entrevista ao ENFOCO.

    A peça, ágil e dinâmica, conecta o público com momentos que vão do riso às lágrimas, mostrando que a honestidade na narrativa é o fio condutor de sua força cênica.

    Podemos ser estrangeiros para nós mesmos enquanto não nos conhecermos

    O ator cresceu enfrentando desafios que moldaram sua visão de mundo. Carregar um nome de origem árabe em um Brasil dos anos 80 e 90, estudando em um colégio católico, significava lidar com preconceitos ainda não nomeados como bullying.

    Aspas da citação
    Foi difícil, complexo e muito rico. Naquela época, não tínhamos noção do quão preconceituosa nossa sociedade era. Tudo isso me forjou e me fez enxergar a riqueza da mistura cultural que carrego
    Mouhamed Harfouch Ator
    Aspas da citação

    A peça destaca a importância de aceitar a própria história como um passo libertador e essencial para a construção de quem somos.

    Com mais de 40 produções teatrais no currículo e uma carreira consolidada na televisão, Harfouch traz para o palco toda a experiência acumulada em trabalhos marcantes. Ele é lembrado por suas atuações em novelas como “Pé na Jaca” e “Amor à Vida”, além de “Órfãos da Terra”, vencedora do Emmy Internacional de 2020, e de séries como “Rensga Hits” e “Betinho - No Fio da Navalha”.

    A peça destaca a importância de aceitar a própria história
    A peça destaca a importância de aceitar a própria história |  Foto: Divulgação / Gustavo de Freitas Lara

    Nos palcos, brilhou em produções como o musical “Querido Evan Hansen”, pelo qual todo o elenco recebeu o prêmio Destaque Imprensa Digital em 2024, e “Ou Tudo ou Nada”, que lhe rendeu uma indicação ao Prêmio Bibi Ferreira de Melhor Ator em 2016.

    Descendência síria

    Em “Meu Remédio”, a descendência síria do ator é um elemento central. Harfouch incorpora aspectos do universo árabe na narrativa e utiliza sua herança cultural como lente para compreender o mundo.

    “Essa é a beleza de aceitar nossa origem, conhecer nossa história, que parte de algo simples como o nosso nome de batismo. Isso nos liberta e nos dá pertencimento”, afirmou.

    O espetáculo também aborda questões globais, como a imigração e os desafios enfrentados por aqueles que deixam suas terras em busca de sobrevivência ou oportunidades melhores.

    Aspas da citação
    Ninguém se desloca para tirar o que é do outro. É necessidade. É duro abandonar tudo para recomeçar. Admiro o Brasil por sempre acolher o imigrante e transformar essa troca em riqueza cultural
    Mouhamed Harfouch Ator
    Aspas da citação

    A mensagem de “Meu Remédio” vai além da experiência pessoal de Harfouch e dialoga com quem vive a sensação de ser estrangeiro, seja em um país, uma cidade ou até mesmo dentro de si.

    “Podemos ser estrangeiros para nós mesmos enquanto não nos conhecermos. Aceitar nossa história pode ser libertador”, destacou Mouhamed.

    Esse processo de aceitação, segundo ele, foi tanto desafiador quanto recompensador, proporcionando uma experiência artística que se conecta diretamente com as emoções do público.

    O espetáculo segue em cartaz no Teatro Ipanema até 16 de fevereiro e promete conquistar cariocas, fluminenses e turistas com uma história que é, ao mesmo tempo, pessoal e universal, cheia de momentos que fazem rir, pensar e sentir.

    Serviço

    • Meu Remédio
    • Temporada: 10 de janeiro a 16 de fevereiro
    • Sessões: Quinta a Sábado 20h | Domingo 19h
    • Local: Teatro Ipanema Rubens Corrêa
    • Rua Prudente de Morais, 824 - Ipanema, Rio de Janeiro - 22420-040
    • Valor: R$80 inteira | R$40 meia-entrada
    • Vendas: Bilhetetia Local e site Eleven Tickets
    • Duração: 75 minutos
    • Classificação: 10 anos

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