Os remakes de séries e novelas dos anos 2000 estão bastante presentes nos streamings atuais, já tivemos Gossip Girl, da HBO Max, High School Musical, na Disney+, e agora Rebelde, que chegou na Netflix nesta quarta-feira (5). A nova produção da locadora vermelha acompanha um grupo de adolescentes que sonha em seguir a carreira musical ao estudar do Elite Way School, seguindo os mesmos passos que a banda RBD.
A primeira coisa que devemos deixar claro sobre o Rebelde de 2022 é que ele, em hipótese alguma, deseja apagar a novela mexicana que foi febre nos anos 2000, mas sim homenageá-la, usando toda nostalgia que ela proporciona para já ter um público cativo e, assim, conquistar novos. Por conta disso, a nova produção tem um mural com pertences do sexteto da banda original, a presença de personagens secundários da antiga novela e traços de personalidades que antes pertenciam a Mia, Lupita, Roberta, Diego, Miguel e Giovanni agora estão distribuídos entre os diferentes protagonistas da série da Netflix.
O original como bengala
Essa homenagem ao clássico para seguir em frente com novas histórias não é algo inovador do novo Rebelde, uma vez que isso ocorreu com Gossip Girl, lançado em 2020 na HBO Max e High School Musical - A série: O Musical, que está disponível na Disney+. Todas essas produções foram sucessos adolescentes nos anos 2000 e agora utilizam da nostalgia como arma de reconquistar o sucesso passado e, assim, traçar um novo futuro.
Assim como a novela original, Rebelde da Netflix é uma produção adolescente, e é com essa mentalidade que o espectador deve dar play na série e não esperando algo completamente maduro, reflexivo e revolucionário. Com isso, os fãs do original poderão achar que a nova série é imatura, como de fato é, mas não resistirão às referências contidas nelas, abrindo o sorriso e se deixando conquistar pela superficialidade de uma série sobre ensino médio.
Brasil na série
Dessa vez, o Brasil, que foi um dos países em que a novela original fez mais sucesso, chegando a ganhar sua própria versão em 2011 pela Rede Record, já conquistou um lugarzinho na produção da Netflix. Isso porque, Giovanna Grigio, que já esteve em produções adolescentes nacionais, como Chiquititas e Malhação, encarna a personagem Emília, uma veterana do Elite Way School que tem a função de ajudar os calouros, mas não deixa de destilar o seu veneno em diversas ocasiões.
Pontos Positivos
Com um roteiro um pouco mais elaborado, sem um mocinho que deseja se vingar de um empresário rico e por conta disso cursa o ensino médio todo de novo (vamos combinar que isso não faz o menor sentido nem nos anos 2000), Rebelde mostra problemas atuais, e claro, a rebeldia de adolescentes que não querem seguir os caminhos impostos pelos pais, correndo atrás de seus verdadeiros sonhos.
Além disso, a inserção da música no seriado acontece de forma mais natural, sem parecer que a produção é uma grande desculpa para lançar uma carreira musical de uma banda. Outro ponto interessante, e positivo, de Rebelde, é que a série não tenta copiar outras séries adolescentes da atualidade, como Elite, que traz diversas cenas de sexo a cada 5 minutos, mesmo que não contribuam para o andamento da trama. Assim, o novo seriado da Netflix imprime sua própria identidade.
Pontos Negativos
Um dos maiores pontos negativos da série, sem dúvidas, é a insegurança em arriscar algo mais maduro, apostando numa leveza excessiva, que beira a bobagem. Assim, a produção acaba contando com diálogos fracos, que parecem não dar importância aos dramas vividos pelos próprios protagonistas, sendo necessário que o espectador releve isso para seguir em frente e levar a série até o final.
Porém, apesar de todos os pesares, o remake de Rebelde diverte, traz a nostalgia necessária e inova o suficiente para conquistar um novo público, além de, é claro, nos fazer cantarolar as novas e antigas músicas. Dessa forma, a produção é uma boa pedida pra quem quer acompanhar um seriado rápido, já que ele possui somente 8 episódios, e despretencioso, que deixa um gostinho de nostalgia com "quero mais".
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