Deu show!
Romário: o gênio desafia o tempo e segue fazendo arte no futebol
Eterno craque marcou golaço em jogo beneficente nesta sexta (10)
Por mais que o tempo passe, há algo em Romário de Souza Faria que resiste à aposentadoria: a bola ainda parece sua cúmplice. Nesta sexta-feira (10), no Maracanã, o Baixinho voltou a brilhar, liderando o Brasil na vitória por 8 a 3 sobre a Itália em um jogo beneficente em homenagem ao Dia das Crianças.
Entre sorrisos e dribles nostálgicos, Romário deu duas assistências para Edilson e marcou dois gols — um deles com uma cavadinha genial, a marca registrada do seu repertório. Um golaço de cobertura! O público vibrou como se o relógio tivesse voltado trinta anos.
O gênio desafia o tempo!
“Todo mundo sabe que eu sou fominha. Eu perguntei ao treinador: ‘É para eu sair?’. Aí ele disse: ‘Se quiser ficar, fica’. Aí eu fiquei”, brincou Romário, rindo após o jogo. “Fico feliz de rever a galera da minha geração e da geração anterior. É importante porque a gente se sente útil de estar ajudando alguém", diz o eterno craque.
Ao lado de ídolos como Zico, Cafu, Lúcio, Ricardo Rocha, Juninho Paulista e Zinho, Romário parecia em casa. O toque leve, o olhar afiado e o sorriso confiante mostraram que a genialidade não se aposenta.

Aos 59 anos, ele segue sendo o mesmo Romário de sempre: provocador, talentoso, consciente de sua grandeza. E, acima de tudo, apaixonado por jogar bola.
O jogo beneficente, mais do que uma celebração, foi um lembrete: o futebol brasileiro teve gênios, mas Romário foi um só.
O herói de 1994
Foi com a camisa da Seleção Brasileira que Romário se eternizou. Em 1994, após voltar ao elenco de forma contestada, o Baixinho conduziu o Brasil ao tetracampeonato mundial nos Estados Unidos, quebrando um jejum de 24 anos sem títulos.
Seus gols, suas arrancadas e sua confiança moldaram uma geração. O chute contra a Suécia, o toque sutil diante dos Estados Unidos, e a frieza na final contra a Itália definiram o Mundial.
“Se não fosse o Romário, o Brasil não teria sido campeão”, disse na época o técnico Carlos Alberto Parreira — uma frase que atravessou décadas.
Carreira de sucesso
Revelado pelo Vasco da Gama, Romário começou a carreira em 1985 e logo mostrou o faro de gol que o tornaria lendário. Em 1988, foi para o PSV Eindhoven, da Holanda, onde marcou 165 gols em 167 jogos e conquistou três campeonatos nacionais.
Depois, brilhou no Barcelona de Johan Cruyff, o famoso “Dream Team”, sendo artilheiro espanhol e eleito o melhor jogador do mundo em 1994. De volta ao Brasil, vestiu as camisas de Flamengo, Fluminense e novamente Vasco, onde encerraria a carreira em 2007, com o histórico milésimo gol.
Romário ainda teve passagens curtas por clubes como Valencia (Espanha), Al-Sadd (Catar), Miami FC (EUA) e Adelaide United (Austrália).

Pela Seleção Brasileira, marcou 55 gols em 70 jogos, sendo o herói do tetracampeonato mundial em 1994.
Mais do que craque, uma personalidade
Irreverente, provocador e dono de uma autoconfiança lendária, Romário sempre foi mais do que um jogador: foi um personagem do futebol brasileiro. Falava o que pensava, driblava com a mesma naturalidade com que desafiava convenções.
Na aposentadoria, seguiu o instinto de quem não aceita o papel de coadjuvante. Tornou-se senador da República, militando por causas sociais, em especial a defesa de pessoas com deficiência — luta que tem origem em sua filha Ivy, portadora de síndrome de Down.
Um 'aquário' de amizades
Além de craque em campo, Romário construiu ao longo dos anos relações sólidas fora dele. E formou um 'aquário' cheio de 'peixes', forma carinhosa como chama seus amigos. Um deles é o empresário Marcelo Viana, dono do Camarote Mar, onde o Baixinho curtiu todos os dias do Carnaval deste ano.

"Romário sempre foi diferente. Dentro e fora de campo, ele tem coragem de ser quem é. Um gênio que joga com alma e faz o difícil parecer simples. Um amigo admirável, sempre disposto a atender, uma pessoa com ótimo coração”.
Em entrevista ao ENFOCO em fevereiro, Romário também exaltou a amizade com Marcelo.
"Um amigo nosso em comum acabou apresentando a gente, e hoje a gente tem uma relação de amizade. Tenho muito carinho e prazer em estar com o Marcelo", declarou o Baixinho.


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