Adeus
Após baderna no Rio, torcedores do Peñarol são expulsos do estado
Baderneiros foram escoltados pela PRF até SP
Torcedores do Peñarol que causaram tumulto na orla do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, foram escoltados pela Polícia Rodoviária Federal durante a madrugada desta quinta-feira (24) até Queluz, em São Paulo. A ação ocorreu após o governador do Rio Cláudio Castro (PL) declarar a expulsão dos torcedores da cidade, obrigando-os a deixar o estado.
Segundo a PRF, a operação foi realizada pela equipe do Núcleo de Operações Especiais (NOE-RJ). A escolta teve início às 2h da manhã e terminou às 5h40, com o uso de 20 ônibus para o transporte. Os torcedores foram entregues ao Núcleo de Operações Especiais de São Paulo (NOE-SP), que continuou a escolta.
Procurado pelo ENFOCO, o Núcleo de Operações Especiais de São Paulo (NOE-SP) informou que os torcedores estão apenas de passagem pela cidade e que serão escoltados para o Paraná, onde retornarão para o país de origem.
Confronto
Os torcedores do Peñarol estiveram envolvidos em um violento confronto e provocaram tumulto na orla do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio. O conflito começou por volta das 12h, após a prisão de um torcedor uruguaio por furto de celular em uma padaria.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram um cenário caótico, com fogo, cadeiras quebradas e intensa fumaça. Vários homens, muitos com os rostos cobertos, foram vistos causando destruição na área, enquanto comerciantes relataram saques em seus estabelecimentos.
Além de furto, episódio de racismo, depredações e confrontos com a Polícia Militar. Mais de 280 pessoas foram detidas. Elas serão processadas pela polícia do estado.
Falha na segurança
O secretário de Segurança do Rio de Janeiro, Victor Santos, admitiu que houve falha no planejamento de recepção e monitoramento dos torcedores do Peñarol
“Segurança pública é minha responsabilidade. E o que eu tenho que fazer agora é olhar para dentro e rever todo o processo, ver onde houve falhas e tentar corrigir. Lições aprendidas. Segurança pública não é equação matemática, por mais que tenha alguma previsibilidade, às vezes foge ao controle e acontece esse tipo de coisa”, disse o secretário em coletiva de imprensa.
Segundo Victor Santos, os problemas foram causados por torcedores que estavam em três ônibus “desgarrados”, termo usado para os que não tiveram viagem avisada previamente ao Consulado do Uruguai. Ele disse que ainda vai ser apurado se a “falha de comunicação” foi de responsabilidade do Peñarol, da torcida, ou do consulado para a secretaria.
“Mas isso não tira nossa responsabilidade, porque assim que eles chegaram na orla do Recreio, nós tínhamos a obrigação de saber do passado que já teve essa torcida. Uma vez em Copacabana, um torcedor do Flamengo perdeu a vida por causa dessa torcida. Diante desse histórico todo, a gente falhou no sentido de subestimar aquele efetivo que estava ali de policiais, achando que ele poderia agir e conter os três ônibus que estavam parados na orla”, reconheceu Victor Santos.
O secretário de Segurança disse que o efetivo policial está reforçado para o jogo da noite de hoje entre Botafogo e Peñarol, no Estádio Nilton Santos, zona norte do Rio, pela Copa Libertadores da América.
Os mais de duzentos torcedores foram levados para a Cidade da Polícia, no Jacaré, região que abriga delegacias especializadas. Pela quantidade de pessoas, eles tiveram de ser locados em um auditório. Entre os detidos, há idosas e crianças. O cônsul do Uruguai foi ao local para ajudar na identificação das pessoas. Todas elas foram impedidas de assistir ao jogo entre o Botafogo e Peñarol que aconteceu na noite desta quarta-feira (23).
Com Agência Brasil
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