Brasil & Mundo
Caminhoneiros tentam frear trabalhos da categoria em rodovias
Caminhoneiros do Rio e de outros estados realizam uma manifestação a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na noite desta quarta-feira (8). O ato acontece em diversos pontos das estradas federais com promessa de adentar pela madrugada e seguir nesta quinta-feira.
No Rio, os manifestantes tentam obrigar outros caminhoneiros que seguiam viagem a ficar no acostamento. O movimento não conta com adesão de sindicatos e federações da categoria.
Foram registrados movimentos de caminhoneiros na rodovia Presidente Dutra, altura de Seropédica, na Região Metropolitana, e em Campos, no Norte Fluminense. De acordo com os manifestantes, o ato é a favor do presidente Jair Bolsonaro e contra o Supremo Tribunal Federal. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em Campos dos Goytacazes, na BR-101, aproximadamente 30 manifestantes participam do protesto.
Atos em estados
De acordo com a PRF, foram registrados mais de 173 pontos de concentração e 53 bloqueios de rodovias federais, com destaque para Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina.
O ato também foi registrado em Itaboraí, no trevo de Manilha, em ambos os sentidos, por volta das 20h10. Segundo a polícia, aproximadamente 50 manifestantes participam da manifestação. Quatro viaturas e oito agentes foram acionados. Segundo os organizadores, não há intenção de fechamento da pista.
Para o presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado do Rio (Fecam-RJ), Antônio Vitaliano, o movimento não tem respaldo das federações ou dos sindicatos.
"São atos isolados. Alguns caminhoneiros envolvidos se dizem lidernanças e de alguma forma conseguem a aceitação de alguns setores. A federação e os sindicatos são totalmente contrários no momento. A nossa posição é sobre os demandas dos preços e da alimentação. Alguns se envolvem com essa polarização e muitos recebem até dinheiro pra parar. Uma coisa é uma posição nossa como entidade, outra coisa é a pessoa que tem o poder de escolher se opor ou não ao movimento"
Feriado 7 de Setembro
O movimento ocorre um dia depois de manifestações pró-governo em diferentes cidades, nessa terça-feira (7) feriado da Indepêndencia. Manifestantes pediram o afastamento de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e a liberdade de expressão para apoiadores bolsonaristas.
Em nota, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) manifestou 'total repúdio' às paralisações. Segundo a associação, se trata de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos", diz a entidade. O texto leva a assinatura do presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio.
A entidade, que congrega cerca de 4 mil empresas de transporte, disse ainda estar preocupada com os efeitos que bloqueio nas rodovias poderão causar, especialmente em relação ao abastecimento dos setores de produção e comércio.
Caminhões na Esplanada
No início da tarde, mesmo depois do fim da manifestação desta terça, dezenas de caminhões permaneciam estacionados ao longo do canteiro central da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, cujo trânsito segue bloqueado. Eles pressionam pela derrubada do bloqueio policial que dá acesso à Praça dos Três Poderes, onde fica o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.
Mais cedo, manifestantes tentaram invadir a sede do Ministério da Saúde e hostilizaram jornalistas. Equipes de pelo menos duas emissoras tiveram que se abrigar dentro do prédio após ameaça de agressão por parte dos manifestantes.
Segundo a Polícia Militar do DF, que foi chamada ao local, não houve registro de feridos e ninguém foi detido. A corporação informou também que o policiamento no local está reforçado.
Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF disse ter recebido relatos de ataques de manifestantes a profissionais de imprensa e cobrou da Secretaria de Segurança Pública do DF assegurasse o trabalho dos profissionais de comunicação. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa, deputado Distrital Fábio Felix (PSOL), também informou ter enviado ofício à Secretaria de Segurança do DF para reforçar "urgentemente" o policiamento no local.
Com Agência Brasil
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