Volta
Colégio alvo de ataques em São Paulo retorna às aulas
Retorno foi marcado por abraços, emoção e medo
O retorno das aulas na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, em São Paulo, foi marcada por muita emoção, abraços e medo na frente da escola nesta segunda-feira (10). A unidade foi alvo de ataque causado por um aluno de 13 anos, que terminou com cinco pessoas feridas e matou a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos. O colégio ficou duas semanas fechado. O retorno aconteceu apenas para 90 estudantes, e na terça-feira (11), será para todos os alunos.
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Pais, alunos e professores se emocionaram ao chegar à escola. Alguns deles levaram flores, já outros se emocionaram e se abraçaram. Um cartaz foi estendido na frente do colégio com os dizeres: “Queridos alunos, sejam bem-vindos”. O local teve seus muros pintados de branco e serão coloridos durante algumas atividades que acontecerão durante esta semana.
Algumas mães de alunos, que eram da mesma sala do autor do crime, confirmaram que deixar seus filhos irem para a escola, durante esta segunda-feira (10), foi algo muito difícil. Uma mãe chegou a confessar que após o ataque ficou preocupada com a segurança dos jovens. De acordo com ela, seu filho também está com medo, mas ficou feliz de ver e abraçar suas professoras novamente.
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Já outra mãe disse que a volta às aulas deixou seu coração acelerado. No dia do ataque, sua filha de 13 anos não estava no colégio. Mas ela relata que acredita na escola e no apoio que ele vai dar para todos. Em forma de carinho, ela e sua filha carregavam uma orquídea, uma carta escrita pela filha e um quadro no qual estava escrito “Fé, amor e gratidão”.
Duas das professoras que foram agredidas durante o ataque também estiveram presentes na volta às aulas, Ana Célia da Rosa e Rita de Cássia Reis relataram que possuem sentimentos diferentes em relação à retomada.
Para Ana Célia, o retorno é emocionante, já para Rita de Cássia, a volta é muito difícil.
Ana, ainda com curativos nas mãos, ficará mais uma semana afastada por conta dos machucados, mas já tem planos de voltar na próxima semana. "Foi emocionante, meu coração disparou [de voltar]", disse ela para ao portal “Folha de São Paulo”. Ana conta que também perdeu o sono nesta noite e afirma que os alunos são muito carinhosos com elas.
Rita conta que tudo o que ela passou foi traumático e que vem recebendo acolhimento dos alunos, no entanto, não pensa em voltar a dar aula.
"Preciso de tratamento, tempo em casa, absorver e entender que foi um caso isolado, que os alunos não são assim. Para mim, voltar foi difícil. Nada de emoção”.
De acordo com a Secretaria de Estado da Educação, um plano de acolhimento foi estabelecido com equipes multiprofissionais de saúde. Além disso, os estudantes farão atividades pedagógicas diferentes, como oficinas de arte e grafitagem, para a repaginação da escola.
Ainda segundo a Secretaria, estão sendo programadas rodas de conversas, oficinas de consciência corporal, jogos colaborativos e outras atividades, que serão desenvolvidas pelas equipes da escola e outros parceiros.
A pasta ainda comentou que a escola contará com reforço na Ronda Escolar e o apoio constante do Gabinete Integrado de Segurança e do Programa Escola Mais Segura. Na manhã desta segunda, duas viaturas da polícia estavam em frente à escola.
O caso
Uma professora morreu, e outros cinco - sendo eles três professores e dois alunos - ficaram feridos em um ataque à faca feito por um aluno de 13 anos na manhã do dia 27 de março, dentro da Escola Estadual Thomázia Montoro. Segundo a Polícia Militar, o agressor seria um estudante do 8º ano, que foi contido pelos policiais e levado para delegacia. A Polícia Civil investiga os fatos.
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