Infração penal
Diretora do Flamengo é indiciada por preconceito contra nordestinos
Ângela Landim é acusada de prática de xenofobia nas eleições
Ângela Rollemberg Santana Landim Machado, diretora de Responsabilidade Social do Flamengo e esposa do presidente do clube, Rodolfo Landim, foi indiciada por xenofobia pela Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), na última quarta-feira (5). Na ocasião, Ângela atacou a região Nordeste após a vitória de Lula (PT) nas eleições presidenciais no ano passado. A investigação estava a cargo da delegada Rita Salim.
"A publicação que caracterizou uma conduta preconceituosa e ofensiva contra todo povo nordestino ganhou repercussão negativa nas redes sociais e mídia", explicou a delegada.
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Após as falas xenofóbicas, Ângela fechou o seu perfil nas redes sociais. no qual demonstrava apoio a Jair Bolsonaro (PL). Ela apoiava Jair Bolsonaro (PL) e chegou a fazer campanha para o ex-presidente na comemoração da conquista da Libertadores de 2022, em Guayaquil, no Equador, quando a diretora posa ao lado do ex-lateral-direito do clube, Rodinei, fazendo o sinal 22 com os dedos, em alusão ao número de Bolsonaro na eleição, com a legenda: "Vencemos uma. Falta a outra".
No entanto, quem venceu a corrida presidencial foi Lula. No Nordeste, o petista atingiu 69,34% dos votos, sendo a única região do país onde levou vantagem.
Inconformada com o resultado, Ângela postou em suas redes sociais: "Ganhamos onde se produz, perdemos onde se passa férias". Em seguida, ela associou os nordestinos aos carrapatos, fazendo referência a um apelido dado aos eleitores de Bolsonaro: "Se o gado morrer o carrapato passa fome".
As seguintes postagens repercutiram negativamente, e ela começou a ser atacada por internautas. Com medo, Ângela precisou se desculpar.
"Peço desculpas pelo meu erro, reconheço e respeito o processo democrático e o resultado das urnas. E torço para que o próximo governo tenha êxito pelo bem do nosso país, independente de qualquer ideologia. Peço desculpas também ao povo nordestino, aos sergipanos e a todos que, de alguma forma, feri com meus atos. E, inclusive minha família, com quem me desculpei diretamente", escreveu Ângela.
Em depoimento, a polícia afirmou que Ângela não teve a intenção de ofender ninguém com as referentes postagens.
"Ângela foi intimada e ouvida em sede policial, confirmando a realização da postagem em seu perfil da rede social e alegando que não foi a criadora da frase postada, mas apenas 'repostou', sem a intenção de desqualificar o povo nordestino."
PRESIDENTE DEFENDE A MULHER
O presidente do Flamengo, Rodolfo Landim, saiu em defesa da mulher. O dirigente disse que “de forma distorcida" ela repostou uma mensagem que recebeu.
"Angela é extremamente religiosa. É unanimidade no Flamengo. Todos a amam. Foi quase um desabafo, por ver a terra que ela tanto ama, ela achar que não vai ter nos próximos anos o destino que ela gostaria que tivesse. Ela tem o direito de se posicionar”, disse, antes de saber que a mulher seria investigada pelo crime.
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