Economia

E o salário... ó! Preço da cerveja e de frutas aumenta no Brasil

LDO aprovada prevê um aumento no salário mínimo de 6% em 2023

Cerveja pode ficar mais cara para a população a partir de agosto.
Cerveja pode ficar mais cara para a população a partir de agosto. |  Foto: Marcelo Eugênio
  

Mais gastos e menos dinheiro é o que se espera para pessoas que gostam de tomar aquela cervejinha nos próximos meses. Isso porque o preço do produto pode aumentar a partir de agosto conforme aponta o crescimento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que nos últimos 12 meses, subiu mais de 11%.

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Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço da cerveja aumentou em 8,41% em todo o país no período de um ano. Levando em consideração apenas o estado do Rio, houve um crescimento de 9,39% em relação ao ano passado. Esse aumento pode pesar no bolso de empresários e distribuidores, gerando um aumento no preço do produto para os consumidores.

A expectativa de responsáveis por estabelecimentos é que aconteça um reajuste a partir de agosto. Anteriormente, o aumento estava previsto para setembro e outubro, mas, considerando o crescimento do preço da cerveja em supermercados - foram 9,38% em um ano -, o preço em bares deve aumentar em breve.

A expectativa de responsáveis por estabelecimentos é que aconteça um reajuste a partir de agosto.
  

De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) Paulo Solmucci, a cerveja corresponde até 60% do faturamento dos bares no país. A previsão de aumento do preço do produto já era esperada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) devido à guerra entre Ucrânia e Rússia neste ano, pressionando o valor da cevada e do malte. Atualmente, a Rússia é o terceiro país que mais fornece malte ao Brasil.

A Ambev, responsável por marcas de cerveja como a Skol, Brahma, Antárctica, entre outras, informou que vai apostar em embalagens retornáveis para ajustar o preço do produto com a realidade do consumidor.

Segundo o economista André Braz, o processo inflacionário começou na pandemia e concentrado em alimentos por conta da desvalorização cambial. Problemas como safra e crise hídrica prejudicaram ainda mais os preços dos alimentos. O preço mais caro do diesel também fez com que os produtos alimentícios ficassem mais caros devido ao preço do frete. 

A inflação diminui o poder financeiro das famílias, principalmente das mais pobres que não tem acesso ao sistema financeiro. Uma família rica bota o dinheiro em uma aplicação financeira e se protege. Agora o pobre não. O pobre ganha o salário e tem que sair para comprar. Se os preços sobem, ele compra menos e isso afeta a qualidade de vida deles. André Braz, Economista
  

Braz ainda orienta que as pessoas pesquisem bem antes de comprar produtos com o objetivo de adquirir sempre o mais barato.

Frutas e legumes

O preço de frutas e legumes no Brasil segue o mesmo caminho da cerveja. O morango foi a fruta que mais aumentou nos seis primeiros meses de 2022: 106,81%. O melão, com 64,6% de aumento, e a manga, com 43,67%, completam o pódio. (Veja a lista completa no final da reportagem).

Em relação aos legumes, a batata inglesa com 55,77%, o pepino com 55,58% e a abobrinha com 54,41% marcaram os que mais tiveram aumento de janeiro até junho, de acordo com o IBGE.

Na última quarta-feira (6), o ENFOCO divulgou o aumento no preço do leite, fazendo com que supermercados optem por colocar à venda o soro de leite, um produto mais barato para o consumidor. Ainda de acordo com o IBGE, o leite longa vida teve um aumento de 41,76% somente neste ano.

Segundo o economista Antônio Rodrigues, produtos derivados da agropecuária foram afetados pela guerra entre Rússia e Ucrânia porque são os principais países que produzem fertilizantes para a agricultura mundial. 

Com os dois países fora da produção mundial de fertilizantes e produtos para a fabricação de combustíveis, os preços dispararam. Trata-se da velha lei da oferta e da procura. Antônio Rodrigues, Economista
  

Salário mínimo

Considerando o aumento de 6,7% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) em 2022, o Plenário do Congresso Nacional aprovou nesta terça-feira (12) o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2023, prevendo que o salário mínimo do ano que vem custe R$ 1.294,00. Um aumento de R$ 82,00 apenas em relação ao R$ 1.212,00 atual.

O projeto aprovado prevê um déficit de até R$ 65,9 bilhões nas contas públicas em 2023 e de crescimento de 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB), tanto no ano que vem quanto em 2024 e 2025.

Já a inflação prevista para 2023, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), é de 3,3%, com taxa Selic (taxa básica de juros) em 10%. 

Alimentos que mais subiram esse ano

Morango: 106,81%

Melão: 64,6%

Batata inglesa: 55,77%

Pepino: 55,58%

Abobrinha: 54,41%

Repolho: 51,74%

Cebola: 48,23%

Cenoura: 45,67%

Manga: 43,67%

Leite Longa Vida: 41,76%

Feijão Carioca (rajado): 40,97%

Alface: 34,78%

Couve: 32,17%

Açaí (emulsão): 29,81%

Brócolis: 26,61%

Maçã: 25,1%

Farinha de trigo: 24,61%

Óleo de soja: 21,71%

Alimento infantil: 21,19%

Cheiro-verde: 20,61%

Macarrão instantâneo: 19,22%

Maionese: 19,18%

Óleos e gorduras: 17,49%

Banana-da-terra: 16,67%

Pão de forma: 16,52%

Café moído: 14,87%

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