Crime

Justiça mantém prisão de envolvido em sequestro de juiz americano

Erivaldo ainda é apontado como integrante de uma milícia

Erivaldo está preso desde segunda-feira (11).
Erivaldo está preso desde segunda-feira (11). |  Foto: Reprodução
  

O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) converteu, após audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (13), para preventiva a prisão de Erivaldo Juvino da Silva. O homem é acusado de ser um dos envolvidos de sequestrar um juiz americano em Copacabana, na Zona Sul do Rio.

Erivaldo, também identificado como Nem da Malvina, é apontado como um dos principais chefes da milícia que atua em Jacarepaguá, na Zona Oeste. Ele, ao lado do irmão Damião Juvino da Silva, ou Damião da Malvina, comanda um grupo paramilitar que atua em seis comunidades da Taquara.

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Segundo as investigações, os irmãos estão aliados a Leandro Xavier da Silva, conhecido como Playboy da Curicica, que também atua na mesma região. Além de Erivaldo, Alef Israel dos Santos Araújo, dois homens ainda não identificados e duas garotas de programa também foram presas. A situação destes ainda aguarda resposta da Justiça.

Durante a audiência do acusado, o juiz Alex Ravanche considerou que os fatos que levaram à prisão são graves e o delito foi cometido de forma premeditada e organizada. 

Os fatos narrados são extremamente graves. Trata-se de delito praticado mediante concurso de agentes de forma premeditada e organizada, com grave ameaça, emprego de arma de fogo e restrição de liberdade da vítima, além de efetivo prejuízo ao patrimônio da vítima, tudo a indicar a gravidade concreta do delito e a altíssima periculosidade do custodiado para a coletividade. Verifica-se que a liberdade do custodiado representa perigo à sociedade, sendo insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão. Alex Ravanche, Juiz
  

O magistrado ainda contou que Erivaldo estava em condicional quando cometeu o novo crime.

Prisão

O grupo, segundo a polícia, faz parte da milícia comandada por Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho, que entrou em guerra no final do ano passado e neste ano com Danilo Dias Lima, o Tandera, pelo território de Wellington da Silva Braga, o Ecko, morto durante uma ação da Polícia Civil em junho do ano passado.

Preso em março de 2016, Erivaldo já era cotado como o chefe da milícia na Taquara e suspeito de cometer assassinatos. Ele estava foragido e foi detido por agentes da Delegacia de Homicídios (DH) enquanto portava um fuzil com luneta, uma pistola e um colete à prova de bala.

Em abril de 2017 ele foi condenado à 4 anos e 8 meses de prisão, por porte ilegal de armas. O juiz Marco José Mattos Couto, da 1° Vara, que decretou a sentença, declarou que os maus antecedentes e a reincidência do réu já eram o suficiente para render duas condenações. Contudo, em fevereiro deste ano, a justiça concedeu liberdade condicional ao 'Nem da Malvina'.

Nesta segunda (11), um grupamento policial formado pela Delegacia Antissequestro (DAS), pela Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) e pela 24ª DP (Piedade), prenderam o miliciano sob acusação de extorsão, devido ao sequestro do juiz, que foi liberado no mesmo dia pelos agentes.

O caso

Os policiais começaram a investigar o caso após a 24ª DP (Piedade) ter recebido as informações de um sequestro onde os bandidos estavam exigindo uma quantia de dinheiro para o resgate. Segundo a polícia, a vítima teria sido capturada após receber duas garotas de programa no quarto e acabou sendo rendida por homens no flat da Zona Sul. Elas foram presas.

Segundo apontam as investigações, Shayna Xavier Monteiro da Silva e Beatriz Freitas dos Santos levaram os dois homens para dentro do quarto. Elas renderam o magistrado, roubaram cerca de R$8 mil e U$100 dólares, e levaram ele para um outro local, diz a polícia.

O juiz, em depoimento à polícia, disse que tem o costume de vir para o Brasil e se hospedar nos flats em Copacabana. As mulheres com quem o magistrado se encontrou já eram conhecidas de viagens anteriores do homem ao Brasil.

Segundo o relato, as mulheres passaram a noite e, no dia seguinte, pediram um carro de aplicativo para retornarem as suas casas, por volta das 11h30, contudo, voltaram a bater na porta do flat, acompanhadas de dois homens, que renderam o magistrado.

Os dois suspeitos que bateram na porta se apresentaram como policiais e falaram que o juiz estava preso. Um dos homens portava uma pistola, segundo relatou a vítima. O outro foi reconhecido como Erivaldo, pelo magistrado.

Os suspeitos colocaram a vítima dentro de um carro e levaram ele para o Recreio dos Bandeirantes, perto de um ponto de táxi. Foram horas de negociações até os policiais conseguirem prender o Erivaldo. O juiz foi liberado, sem nenhum pagamento de resgate. Os policiais estão buscando por mais envolvidos no crime.

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