Muita dor
Entenda a doença que afeta Anitta e outras 6 milhões de brasileiras
Especialistas esclarecem os principais sintomas e tratamentos
Após a recente revelação de Anitta de que passará por uma cirurgia depois de ser diagnosticada com endometriose, o assunto se tornou um dos mais comentados nas redes sociais. E a cantora não está sozinha. Segundo a Associação Brasileira de Endometriose (SBE), a doença afeta cerca de 6 milhões de mulheres no país.
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A endometriose provoca cólicas severas durante o período menstrual, além de dores na relação sexual e ao urinar. Ela também é responsável por 50% dos casos de infertilidade feminina.
Apesar de ser uma doença comum, é de difícil diagnóstico. O cirurgião Daniel Cesar, membro da SBE, explica que a endometriose não é diagnosticada pelo exame preventivo anual e nem pelo ultrassom. Os exames utilizados para o diagnóstico mais preciso da doença são ressonância nuclear magnética e a laparoscopia diagnóstica.
O que é?
Endometriose é uma doença caracterizada pela presença de endométrio fora do útero. O endométrio é a camada que reveste internamente a cavidade uterina e é renovado mensalmente, quando não acontece a gravidez, por meio da descamação durante o fluxo menstrual. Em algumas situações este tecido, ao invés de ser eliminado, volta pelas trompas, alcança a cavidade pélvica e abdominal, gerando a endometriose.
Quais são os principais sintomas?
Segundo o médico Daniel César, os sintomas mais comuns de endometriose são as dores pélvicas relacionada ao ciclo menstrual, ou seja, dor que piora durante ou logo depois do período menstrual; dores na relação sexual; e dores ao urinar ou evacuar, podendo ocorrer também sangue nas fezes ou na urina. Em casos mais graves pode haver obstrução do intestino e obstrução das vias urinárias.
A hora H pode ser menos prazerosa para as mulheres com endometriose. "É importante o compromisso do parceiro com a saúde da mulher", ressalta o ginecologista George Vaz, professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Tratamentos
A ginecologista Nathalie Raibolt esclarece que a endometriose não tem cura, mas tem tratamento e controle. "O objetivo do tratamento é diminuir drasticamente a dor melhorando a qualidade de vida e controlar a sua evolução, evitando distorções anatômicas que pode causar, como as aderências".
O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, como no caso de Anitta, explica Daniel César.
"Os tratamentos clínicos são baseados em medicação hormonal e medicamentos para alívio dos sintomas. Os hormônios têm a intenção de bloquear a menstruação e consequentemente impedir que a endometriose aumente. Mas raramente esse tratamento leva a resolução completa. O tratamento cirúrgico deve ser realizado por via minimamente invasiva, laparoscopia ou robótica, e tem a intenção de remover os focos de endometriose preservando a fertilidade e a função dos órgãos".
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