Conflito
EUA atacam instalações nucleares do Irã; entenda
Donald Trump considerou a operação altamente bem-sucedida

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comunicou neste sábado (21) a realização de um ataque contra três importantes centros nucleares iranianos, intensificando o envolvimento direto do país no conflito entre Irã e Israel.
Trump considerou a operação altamente bem-sucedida e declarou que os bombardeios 'destruíram completamente' as unidades de enriquecimento de urânio no Irã. Ele também fez um apelo para que o país busque a paz, advertindo que, caso contrário, poderá enfrentar ofensivas ainda mais severas.
As instalações atingidas localizam-se em Fordow, Natanz e Isfahan, pontos estratégicos do programa nuclear iraniano. Trump também informou que todas as aeronaves envolvidas na operação já deixaram o espaço aéreo iraniano.
“Concluímos nosso ataque muito bem-sucedido às três instalações nucleares no Irã, incluindo Fordow, Natanz e Isfahan. Todos os aviões estão agora fora do espaço aéreo iraniano. Uma carga completa de BOMBAS foi lançada na instalação principal, Fordow", escreveu Trump em uma publicação no Truth Social.
De acordo com veículos da imprensa norte-americana, os Estados Unidos deslocaram bombardeiros furtivos B-2 para Guam, território dos EUA no Oceano Pacífico.
Essas aeronaves de grande porte são consideradas as únicas no arsenal americano capazes de carregar armamentos que poderiam atingir a instalação nuclear iraniana mais protegida, localizada no interior de uma montanha.
Resposta do governo do Irã
Horas após os ataques, o governo do Irã confirmou que esses três locais foram de fato alvos da ofensiva. Em resposta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, elogiou a ação norte-americana, afirmando que Trump e os EUA "atuaram com firmeza".
Por outro lado, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, expressou preocupação, classificando o episódio como uma "escalada perigosa" no cenário internacional.
Em um discurso transmitido às 23h (horário de Brasília), Trump reforçou que o Irã tem agora a oportunidade de escolher a paz, sob pena de sofrer ataques ainda mais devastadores.
Neste domingo (22), o governo israelense relatou que o Irã respondeu com novos ataques contra seu território. A Agência Internacional de Energia Atômica informou, em um comunicado preliminar, que não houve aumento nos níveis de radiação nas instalações afetadas.
Já nas primeiras horas da manhã, por volta das 2h40 (horário de Brasília), forças israelenses deram início a uma nova ofensiva, desta vez direcionada a alvos militares localizados na região oeste do Irã.
Na sexta-feira, o presidente Donald Trump afirmou que o Irã teria, no máximo, duas semanas para negociar um acordo que restrinja seu programa nuclear, como forma de evitar novas ofensivas por parte dos Estados Unidos.
Já na quinta-feira (19), em entrevista exclusiva concedida à BBC, o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Saeed Khatibzadeh, alertou para as possíveis consequências caso Washington decida se envolver diretamente no conflito.
Ele afirmou que, se os Estados Unidos se juntarem a Israel na ofensiva contra o Irã, haverá "um inferno em toda a região".
Em declaração à jornalista Lyse Doucet, da BBC, Saeed Khatibzadeh afirmou que, caso Donald Trump opte por se envolver no confronto, será lembrado por ter iniciado "uma guerra que não lhe pertencia".
Conflito entre Israel e Irã
O conflito entre Irã e Israel chega ao décimo dia sem indícios de cessar-fogo.
De acordo com autoridades israelenses, novos bombardeios foram realizados contra alvos no sul e no centro do Irã, atingindo locais identificados como "depósito de armamentos" e "infraestruturas militares".
Em resposta, a imprensa oficial iraniana informou que as defesas aéreas foram acionadas na região sul do país e que drones israelenses estariam sendo detectados e abatidos.
Mais cedo, Israel declarou ter eliminado três altos oficiais iranianos, entre eles Saeed Izadi, apontado como um dos responsáveis pelos ataques de 7 de outubro e Behnam Shahriyari, comandante da Força Quds.
A Agência Internacional de Energia Atômica confirmou que a instalação nuclear em Isfahan, no centro do Irã, foi atingida. Segundo o diretor da agência, o ataque não gerou riscos radiológicos.
Enquanto os confrontos continuam, a retórica entre os países se intensifica. O presidente do Irã declarou, segundo a agência estatal IRNA, que a nação mantém o direito de desenvolver tecnologia nuclear com fins pacíficos.


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