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    Globo é condenada por impor padrões estéticos a jornalista

    Ex-repórter da emissora ainda receberá outros adicionais

    Publicado 03/04/2024 às 16:24 | Autor: Enfoco
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    Ex-jornalista deixou a emissora em 2021, após ela ser afastada por síndrome de burnout
    Ex-jornalista deixou a emissora em 2021, após ela ser afastada por síndrome de burnout |  Foto: Reprodução/Instagram

    A ex-repórter e jornalista da Globo, Veruska Donato, de 46 anos, obteve uma vitória na Justiça contra a sua ex-emissora. A Rede Globo foi condenada e deverá pagar a ela uma indenização por danos morais de R$ 50 mil por “imposição de padrões estéticos”. Para a casa dos Marinho, caberá recurso. Procurada, a Rede Globo informou que não "comenta casos sub judice".

    O caso foi confirmado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região. Veruska entrou com uma ação em 2023, acusando a empresa de assédio moral, além de pressão para que ela se enquadrasse em um rígido padrão estético. De indenização, ela pediu R$ 13 milhões. Como o valor de R$ 50 mil possui caráter pedagógico, os advogados da jornalista irão recorrer.

    A saída de Donato aconteceu em 2021, após ela ficar dois meses afastada com um diagnóstico de síndrome de burnout, esgotamento físico devido ao trabalho. Na época da ação, Veruska comentou que a pressão estética teria piorado com a aproximação dos seus 50 anos, o que teria atribuído à prática do etarismo, discriminação por idade.

    De acordo com seu relato nos autos, caso apresentasse qualquer flacidez, ruga ou gordura considerada “fora do lugar”, ela já se tornaria alvo de críticas por parte de seus chefes e no setor de figurinos da Globo. Ainda na época, a emissora se pronunciou informando que não pressionava seus profissionais em questões estéticas.

    Nesta decisão recente, ficou estipulado também que a emissora deverá pagar o adicional pelo tempo de serviço, além da diferença do aviso prévio, diferença do 13º salário, vale-refeição, FGTS, multa, horas extras e adicional noturno.

    O juiz decidiu invalidar o contrato de pessoa jurídica da repórter no período de 2002 a 2021, considerando que havia uma relação de emprego estabelecida.

    Colega foi testemunha

    Izabella Camargo, colega de Veruska na emissora de 2012 a 2019, testemunhou a favor dela no processo. Izabella foi chamada como testemunha por ter ganho outro caso em que comprovou que a empresa era responsável pelo desenvolvimento de síndrome de burnout.

    A jornalista e ex-apresentadora do ''Hora 1'' obteve uma compensação de aproximadamente R$ 500 mil na Justiça. Durante seu testemunho, Izabella explicou que chegou a ajudar Veruska e a apoiou para que ela não entrasse em depressão devido à pressão relacionada à imagem corporal.

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