Novo George Floyd?

Guardas são flagrados com joelho no pescoço de suspeito em SP

Agentes são acusados de incriminar o homem

 

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra membros da Guarda Civil Municipal (GCM) de São Paulo imobilizando um homem negro com uma técnica de colocar o joelho em seu pescoço. Em outra parte da gravação, um guarda aparece colocando um saco de pó branco que seria para incriminar o homem por tráfico de drogas. O caso aconteceu nesta segunda-feira (30) no bairro Santa Cecília, em São Paulo.

Durante a gravação, o imobilizado reclama de dores nos braços. Uma mulher ainda chama os agentes de folgados. 

Segundo a GCM, os guardas afirmaram que estavam patrulhando a região quando abordaram um "homem com um volume suspeito na altura da cintura". Os agentes complementaram que o homem jogou uma sacola no chão e tentou fugir. Dentro do saco, "teria substâncias análogas a entorpecentes".

Em um primeiro momento, a Secretaria Municipal de Segurança Urbana informou que os agentes usaram a força para preservar a segurança dos envolvidos. No entanto, o órgão acrescentou que a Corregedoria da GCM vai apurar as denúncias de que os guardas agrediram e incriminaram o homem. Ainda não há confirmação se os envolvidos foram afastados.

O caso foi registrado na 77ª Distrito Policial, localizado em Santa Cecília. Nesta terça-feira (31), a Justiça de São Paulo determinou a soltura do acusado por ausência de provas.

Repúdio

O padre Júlio Lancelotti utilizou as suas redes sociais para contestar a imobilização. Essa técnica é a mesma que um policial branco utilizou para imobilizar George Floyd, um homem negro, nos Estados Unidos. O fato levou até a morte do rapaz e a técnica foi abolida de diversos países.

Mais um caso isolado! A técnica de imobilização está correta? Vejam o vídeo com atenção! Júlio Lancelotti, Padre
 

"O vídeo é claro que o saquinho com a droga chega no carro. E o cara leva. Você vê claramente. No começo estão revirando as coisas da pessoa e não acham nada. Depois chega o carro do Iope [Inspetoria de Operações Especiais da GCM] com a droga", falou padre Júlio.

O presidente do Grupo Tortura Nunca Mais Ariel de Castro Alves também repudiou o ato.

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