Lembranças

Miguel Falabella sobre perda de Claudia Jimenez: 'Devastador'

Ele esteve no velório da atriz neste sábado (20)

Ele ficou no local por 20 minutos
Ele ficou no local por 20 minutos |  Foto: Karina Cruz
 

O ator Miguel Falabella, grande amigo da atriz Claudia Jimenez, que morreu vítima de insuficiência cardíaca na manhã deste sábado (20) em um hospital no Rio, velou o corpo da eterna parceira de cena, por cerca de 20 minutos. 

Emocionado, ele considerou a perda da colega de TV como “devastadora”. Na saída do Salão Celestial Memorial do Carmo, no Caju, Zona Portuária do Rio, Falabella relembrou a trajetória que teve junto com a artista.

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“Eu conheci Cláudia, ela devia ter 18, 19, 20 anos, na Ópera do Malandro e fiquei absolutamente encantado com um talento raro, um talento muito especial desse país”, disse.

O diretor de TV conta que tudo isso ocorreu em um tempo de comédia que, segundo ele, dificilmente será visto de novo. 

“Não veremos outra vez uma colega admirável, eu fiz tudo com ela: fiz teatro, fiz televisão, escrevi pra ela, dirigi a Cláudia, contracenei com ela, então pra mim é devastadora essa perda. Sei que todos nós vamos um dia, mas que ela receba nossas justas homenagens porque foi uma artista que engrandeceu o nosso ofício e o nosso trabalho”.

Miguel era amigo de longa data da atriz
Miguel era amigo de longa data da atriz |  Foto: Karina Cruz
 

O início da amizade de mais de 40 anos entre Falabella e Claudia foi na casa que ele tinha em Copacabana, na Zona Sul do Rio. 

“Ela entrou na minha casa num dia de semana, eu nunca me esqueço disso. Eu morava em Copacabana e ela entrou na minha casa, sentou e falou: ‘As pessoas só acham que eu sou uma palhaça. Escreve uma peça pra eu mostrar a elas que eu sou boa atriz’”, relembrou.

Foi aí que o autor escreveu o texto da peça ‘Como Encher um Biquíni Selvagem’. “Um sucesso avassalador”, enfatizou Miguel, que além de ator é cineasta, apresentador, dublador, dramaturgo e roteirista.

Na porta de entrada do velório, Miguel Falabella disse à imprensa que a relação de anos não foi abalada nem mesmo pela pandemia de Covid-19.

“Ela ficou muito fechada, mas a gente sempre trocando mensagens. Dessa vez, não deu pra gente se abraçar antes”, lamentou.

Ele abraçou um dos familiares de Claudia assim que chegou ao local
Ele abraçou um dos familiares de Claudia assim que chegou ao local |  Foto: Karina Cruz
 

Para Miguel Falabella, há um vazio ainda maior no meio artístico com a partida de Claudia Jimenez, aos 63 anos. 

“Fica um buraco, mas, enfim, um dia iremos e com certeza tem Jorginho Fernando, tem Jô Soares, tem Beth Lago, tem muita gente recebendo ela lá agora”, conta.

Ele disse, ainda, que sabia do quadro clínico da amiga. E fez questão de frisar os preconceitos enfrentados por Cláudia. 

“Eu já sabia que ela estava mal no hospital, então uma hora vamos. Mas olha que coisa linda o legado dessa garota: que venceu todos os preconceitos, venceu todas as dificuldades, se impôs e um talento absurdo. Então merece todas homenagens”.

Sobre as memórias juntos, Miguel contou que lembrará de Claudia pelo modo extrovertido e desinibido de ser.

“Sempre dizendo maluquice, sempre dizendo uma graça, na época do ‘Sai de Baixo’ a gente não morava em São Paulo e queria vir embora. Então a gente vinha no avião correio, gravava na terça-feira até 23h, e íamos para Guarulhos, pra voltar pro Rio no avião que saía às 3h e tanto da manhã. Você não imagina essas madrugadas, o que era eu e ela! E não tinha nada, porque era o avião correio. Ela conseguia fazer com que a mulher levasse lanche. Cláudia! Cláudia! Te amo, gorducha”, finalizou.

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