Temporariamente
Resgate de niteroiense que caiu em trilha de vulcão é suspenso
Jovem está desaparecida há mais de 50 horas
As equipes de busca pela publicitária niteroiense Juliana Marins, de 26 anos, que caiu durante uma trilha no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok, Indonésia, suspenderam oficialmente as operações neste domingo (22) devido ao clima adverso, segundo informações da irmã da jovem, Mariana Marins, que acompanha o caso do Brasil. Juliana aguarda socorro há mais de 50 horas.
De acordo com Mariana, a operação foi interrompida devido à neblina densa e aos ventos fortes que atingem a região montanhosa, impossibilitando a continuação do resgate. Ela recebeu a notícia por meio de mensagem.
“As buscas de hoje foram oficialmente canceladas. Juliana segue desaparecida”, disse Mariana por meio de uma mensagem divulgada nas redes sociais. Ela também compartilhou a mensagem que recebeu, informando sobre o cancelamento temporário das buscas.

Segundo informações recebidas pela família, duas equipes seguem na região do vulcão e devem permanecer durante a noite no acampamento Cater Rim Sembalun. As buscas estão previstas para serem retomadas na manhã de segunda-feira (23), conforme o horário local.
Por enquanto, a evacuação por helicóptero foi descartada pelos socorristas devido ao alto risco na área do penhasco onde Juliana teria caído.
“A única situação em que o helicóptero poderia auxiliar seria se a vítima estivesse em um local seguro, como no acampamento”, explicou um dos integrantes da equipe de resgate.
Família desmente informações das autoridades
Segundo o pai da jovem, Manoel Marins Filho, e sua irmã, Mariana Marins, a família descobriu que as informações divulgadas pelas autoridades indonésias e pela Embaixada do Brasil em Jacarta, afirmando que Juliana teria recebido alimentos e agasalhos de uma equipe de resgate, são falsas.
Além disso, Mariana desmentiu a veracidade de vídeos divulgados como registros do resgate, afirmando que também são falsos e foram forjados.
“Todos os vídeos que foram feitos são mentiras, inclusive aquele que mostra o resgate chegando até ela. O vídeo foi manipulado para parecer isso, junto com a mensagem associada a ele”, declarou.
De acordo com Mariana, o resgate ainda não conseguiu chegar até Juliana. A espera por ajuda já ultrapassa 50 horas.
Abalado, Manoel Marins, pai de Juliana, comentou sobre as falsas notícias que recebeu: "Tudo o que sabemos até agora é mentira. Juliana não foi resgatada."
Mariana informou que agora está em contato direto com pessoas que estão no local e que não acredita mais nas informações repassadas pelas autoridades. Além disso, destacou que estão sendo criados perfis falsos com vídeos e informações fraudulentos sobre o resgate de sua irmã.
"Meu contato está sendo feito com uma equipe que está no local; todas as minhas informações vêm de lá e de turistas que estão ajudando no resgate."
Dinâmica da queda de Juliana
A família também descobriu, por meio de pessoas que estavam no local, que Juliana não estava acompanhada por um guia no momento da queda, mas sim sozinha.
Segundo relatos, a jovem teria se queixado de cansaço e, ao receber a orientação para descansar, o guia a teria deixado sozinha no local. Com medo e sem o grupo por perto, Juliana teria caído e despencado de uma altura superior a 300 metros em um trecho íngreme da montanha, numa área de difícil acesso onde, conforme informado pela família, não há possibilidade de resgate por helicóptero.
A trilha que Juliana fazia com um grupo guiado na região estava prevista para durar de 20 a 22 de junho, totalizando três dias e duas noites. Desde fevereiro deste ano, ela está em uma viagem mochilão pela Ásia, tendo passado por países como Filipinas, Tailândia e Vietnã.
Desaparecimento
Juliana foi vista pela última vez por volta das 17h30 (horário local) do sábado (21), em imagens feitas por turistas com o auxílio de um drone. Segundo a família, essas imagens que mostram a jovem caída na trilha são reais.
Desde então, ela não foi mais localizada e está desaparecida, segundo os familiares. “Juliana está desaparecida, ela não está mais no local onde foi vista pela primeira vez no drone, então é muito importante que continuemos pressionando o governo”, afirmou uma amiga da família em suas redes sociais.
Segundo Manoel, as autoridades não sabem onde a jovem está. "Não sabemos onde ela está no momento; as autoridades não conseguiram chegar até ela e, aparentemente, agora nem sabem onde ela se encontra', explicou.
O acidente
Tudo ocorreu na noite de sexta-feira (20), por volta das 19h (horário de Brasília), equivalente às 5h da manhã no horário local. Equipes de resgate foram acionadas e chegaram à região às 4h30 (horário de Brasília), ou 14h30 no horário da Indonésia.
No entanto, as condições do terreno dificultaram o acesso ao local onde Juliana se encontra, e os socorristas ainda não conseguiram alcançá-la.Inicialmente, esperava-se que uma equipe de montanhistas chegasse por volta das 9h (horário de Brasília), mas a família foi informada de que o resgate ainda levaria pelo menos mais duas horas.
Após o acidente, Juliana não conseguiu contatar a família diretamente devido à falta de sinal. As informações chegaram ao Brasil por meio de um grupo de turistas que também realizava a trilha e conseguiu entrar em contato com pessoas próximas à jovem utilizando uma rede social. Eles enviaram mensagens para diversos contatos após encontrarem o perfil dela.
Por meio de drone, também foram captadas imagens que mostram Juliana aparentemente assustada, mas consciente. Esses vídeos foram encaminhados à família via WhatsApp, ajudando a confirmar sua identidade.
“Aqui, ela está sem sinal de celular, porque o pacote de internet contratado não funciona naquela região”, explicou Mariana. “Eu fiquei sabendo pelo Instagram.”
Quem é Juliana
Juliana Marins, nascida em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, é formada em Publicidade e Propaganda pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e também se dedica ao pole dance. Desde fevereiro, ela estava em uma viagem de mochilão pela Ásia, tendo visitado países como Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.
Durante a jornada, Juliana compartilhava momentos da viagem nas redes sociais, onde mantinha contato com amigos e seguidores. No entanto, um acidente interrompeu inesperadamente sua trajetória, e agora familiares e amigos acompanham, com angústia, as buscas por informações sobre seu paradeiro e estado de saúde.


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