Descaso
Afastada médica acusada de negar atendimento a grávida em Nilópolis
A gestante perdeu o bebê na madrugada de sexta-feira (12)
A Prefeitura de Nilópolis afastou temporariamente a médica de plantão acusada de negar atendimento a uma gestante na UPA do bairro Cabuís, na Baixada Fluminense, onde o bebê acabou não resistindo, na madrugada da última sexta-feira (12).
Questionada pelo ENFOCO, a Secretaria Municipal de Saúde informou que instaurou um processo administrativo para apurar os fatos com rigor e reforçou "que não compactua com má conduta de profissionais". Segundo o órgão, as imagens do circuito interno da unidade estão sendo analisadas.
O caso
Grávida de 6 semanas, Yohanna Pontes junto com o marido procuraram a UPA Municipalizada de Nilópolis após a mulher passar mal, na madrugada de sexta (12). Jony Bravo do Corte, como é conhecido, contou que a esposa teve sangramento intenso e precisou de socorro imediato, por volta de 2h30.
No entanto, ele afirma que a médica de plantão se recusou a prestar atendimento sob a justificativa de que a unidade não possui estrutura obstétrica.
O momento foi registrado em vídeo pelo próprio Jony, que aparece desesperado pedindo ajuda para a esposa. Nas imagens, a profissional de saúde chega a quase fechar a porta do consultório no rosto do rapaz.
“A doutora falou que não tem como ajudar a minha esposa”, diz ele. Em seguida, grita: “Minha esposa! Chama a polícia! Está perdendo o meu filho. Vocês são mães, vocês são pais! Pelo amor de Deus!”.
Após o episódio, a gestante passou por uma ultrassonografia que confirmou a perda da gravidez. Nas redes sociais, Jony desabafou: “Meu filho, meu sonho, perdi. Está confirmado, ela perdeu”.
Descaso
Em um desabafo feito no Instagram, Yohanna Pontes, que acabou tendo a gestação interrompida, explicou o motivo de ter ido até a UPA:
"Estou grávida de 6 semanas e nessa madrugada comecei com um sangramento e muitas dores, meu marido, por preocupação, me levou de moto até uma UPA mais perto para que eles dessem um suporte maior, já que o meu esposo não tem carro. Chegando lá, a doutora foi super arrogante e negou qualquer atendimento, alegando que meu marido estava muito nervoso", disse ela.
Ainda de acordo com a mulher, os funcionários fizeram descaso da situação:
"Os funcionários todos conversando e fumando cigarro lá fora, como se nada tivesse acontecendo, enquanto eu já não tinha mais força de tanta dor. Foi preciso fazer escândalo e os moradores se meterem para eles poderem me transferir. Quero agradecer os moradores de Nilópolis e redondezas que reconheceram o desespero do meu esposo e deram total apoio", escreveu.
Revolta
O caso ganhou grande repercussão nas redes sociais e gerou revolta entre moradores e internautas. A Polícia Militar informou que, segundo o comando do 20º BPM (Mesquita), não houve acionamento da corporação para a ocorrência na UPA.


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