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Obras do corredor viário de São Gonçalo começam em até três meses, diz secretário

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|  Foto: Foto: Marcelo Tavares
Licitação do projeto terá início em novembro. Foto: Marcelo Tavares

As obras de implantação do projeto Mobilidade Urbana Verde Integrada - Muvi - devem começar no prazo de três meses, com publicação do edital de licitação pelo governo do Estado do Rio de Janeiro no mês de novembro. A previsão foi anunciada na última segunda-feira (18), pelo secretário municipal de Gestão Integrada e Projetos Especiais de São Gonçalo, Douglas Ruas, durante audiência pública sobre o projeto, na Câmara de São Gonçalo. O Muvi é o maior investimento em transporte público e mobilidade urbana dos últimos anos na cidade. 

Além da Secretaria de Gestão Integrada e Projetos Especiais (Semgipe), a audiência contou com a participação de representantes do governo estadual, que irá realizar a obra, e da empresa que elaborou o projeto básico. Os vereadores  e representantes da sociedade civil conheceram o projeto e debateram sobre questões ligadas à implantação do novo modelo rodoviário na cidade.

O Muvi é um projeto que tem seus pontos principais na construção de um corredor viário ligando bairros de Neves a Guaxindiba e na implantação de 16 km de ciclovia, acompanhando a malha viária. Outros pontos do projeto trarão desenvolvimento para o município, como a construção de um terminal rodoviário em Alcântara, reorganização e otimização das linhas de ônibus na cidade e a requalificação urbana em todo o trajeto do corredor viário, gerando valorização imobiliária e atraindo investimentos para São Gonçalo. 

“O Muvi vai muito além de um corredor viário. Vemos esse projeto como um grande indutor de desenvolvimento para São Gonçalo. Agradecemos ao governador Cláudio Castro por toda a parceria e por essa obra que vai impactar para melhor a vida do goncalense”, destacou o secretário de Gestão Integrada e Projetos Especiais, Douglas Ruas.

A execução das obras terá um investimento de mais de R$ 347 milhões, a partir de uma parceria entre a Prefeitura de São Gonçalo e o Governo do Estado do Rio de Janeiro, por meio do Pacto RJ, programa do Estado que vai investir R$ 17 bilhões em todo o Rio de Janeiro. O projeto inicial é aberto para futuras expansões, com a possibilidade da inclusão de mais bairros ao sistema e adequação à Linha 3 do Metrô. 

“É um projeto que vai fazer diferença na cidade. Foi um projeto pensado em se adaptar à dinâmica do município com a possibilidade de adaptações futuras conforme as necessidades. É um projeto vivo", disse a subsecretária da Semgipe, Gabriela Bessa.

A mesa da audiência foi conduzida pelo presidente da Comissão Permanente de Transportes Coletivos da Câmara Municipal, o vereador Vinícius e composta pelo secretário de Gestão Integrada e Projetos Especiais, Douglas Ruas , a subsecretária de Gestão Integrada e Projetos Especiais, Gabriela Bessa, Mateus Rosa, do consórcio Coba-Logit, assessor técnico da Secretaria de Estado de Transportes, Sérgio Marcolini, Ubirajara Cabral, liderança comunitária do bairro Jardim Catarina, o vereador e vice presidente da Comissão Permanente de Transportes Coletivos da Câmara, Glauber Poubel e , posteriormente,  o vereador Evangelista Ubirajara e o secretário municipal de Transportes, Fábio Lemos, também integraram a mesa.  A audiência também contou com a presença de representantes da Secretaria de Estado da Casa Civil.

Após a apresentação do projeto aos vereadores, parlamentares e representantes da sociedade civil, além de lideranças comunitárias que compareceram à audiência, tiveram espaço para perguntas, questionamentos e sugestões. Um dos condicionantes para viabilização do Muvi  foi a possibilidade de uma integração futura com a possível construção da Linha 3 do Metrô, pensado de forma a não inviabilizar a implantação do modal ferroviário na cidade. O sistema de transporte coletivo será baseado no BRS (Bus Rapid System), com grupos de operações divididos em BRS 1, BRS 2 e BRS 3, atendendo às linhas municipais e intermunicipais com destino ao Rio e Niterói, com capacidade para atender a uma demanda de 10 mil passageiros por hora.

“São Gonçalo é a segunda maior cidade do Estado do Rio de Janeiro, tem mais de 1 milhão de habitantes e não tem um sistema viário compatível com as suas necessidades”, pontuou Sérgio Marcolini, assessor técnico da Secretaria de Estado de Transportes.

Desocupações

Tema mais complexo presente na execução das obras do Muvi, as desocupações e desapropriações de famílias residentes em imóveis impactados pelas obra foram  tratadas com sensibilidade, diálogo e respeito durante a audiência. A aproximação com os moradores dessas áreas vem sendo feita pela Semgipe, Assistêsncia Social e Defesa Civil. O decreto municipal 321 de 2021 detalha as formas de indenizações, realocações e novas moradias para essas famílias. 

“O prefeito Capitão Nelson determinou que elaborássemos um modelo de atuação de cunho social, com uma abordagem capacitada feita pelos nossos servidores, de forma coerente, da melhor maneira possível”, disse o secretário Douglas Ruas, garantindo que as obras serão iniciadas após a resolução e acordo com todos os envolvidos nos processos de desocupações e desapropriações.

A Secretaria de Gestão Integrada e Projetos Especiais já está pleiteando uma nova parceria junto ao governo estadual para a construção de um conjunto habitacional com 120 unidades, a ser construído provavelmente no Colubandê, atendendo às famílias que optarem por uma moradia legalizada e com posse aos proprietários. A maioria dos imóveis desocupados não tem documentação legal de posse. 

Estudos

Os investimentos em transportes e melhorias na malha viária de São Gonçalo não estarão concentrados apenas no Muvi. Durante a audiência, o secretário Douglas Ruas afirmou que o município já está em fase de contratação de um plano de mobilidade para a cidade de São Gonçalo. 

“É um estudo que vai apontar para o poder público as direções que nós devemos seguir na organização do trânsito em São Gonçalo. Quando falamos em organização, temos que contemplar o pedestre, o tráfego em geral, os coletivos e também as bicicletas”, disse o secretário.

O secretário Douglas Ruas também destacou que o Plano Estratégico Novos Rumos, com os projetos que serão viabilizados com os recursos oriundos do leilão de concessão dos serviços da Cedae, prevê uma série de intervenções para pôr fim a problemas crônicos de alagamentos em vários bairros. A questão foi levantada por vereadores, preocupados com áreas, como o bairro de Neves, que estão no trajeto do Muvi.

Também foram debatidos na audiência a redução do tempo de viagens, manutenção das frotas e do corredor viário, custos de manutenção e integração entre linhas e tarifas.

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