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    Reconstrução: Após um mês, moradores tentam se reerguer em Petrópolis

    Cerca de 685 pessoas ainda estão desabrigadas

    Publicado 15/03/2022 às 16:25 | Autor: Manuela Carvalho
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    Alguns problemas no município ainda não tiveram soluções.
    Alguns problemas no município ainda não tiveram soluções. |  Foto: Karina Cruz

    Após um mês das fortes chuvas que arrasaram a cidade de Petrópolis, moradores ainda tentam se encontrar em meio aos problemas vividos depois da tempestade. Segundo moradores, um dos maiores desafios é a falta de abrigo para as pessoas que perderam suas casas ou tiveram que abandona-las por riscos de desabamento em decorrência das fortes chuvas no mês de fevereiro.

    De acordo com balanço realizado pela prefeitura do município, cerca de 685 pessoas ainda estão desabrigadas, tendo que buscar refúgio dentro de escolas, igrejas e casa de parentes. A solução viria do aluguel social, ajuda que o Governo do Estado dividiria com o Executivo municipal, somando um total de R$1 mil para auxiliar os que perderam suas casas, mas o processo corre de maneira lenta.

    Outro problema relatados por quem viveu a tragédia de perto, é a falta de reconhecimento da Defesa Civil do município, com relação aos imóveis que estão em áreas de risco, o que acaba impedindo alguns moradores a recorrer ao benefício. 

    O motoboy Diego Cabral Ramos, de 35 anos, mora em Itaipava, distrito de Petrópolis, e foi um dos moradores que ajudou a cidade no pior momento da tragédia, levando comidas em lugares afetados que não tinham acesso de carros. Ele informou que por lá grande parte da ajuda vem da população e das igrejas.

    "São 200, 300 motoboys ajudando, as igrejas ajudando. As pessoas ainda estão nos pontos de apoio, a cidade voltando a funcionar, tem muito barro na rua ainda. Agora a gente está esperando para ver o que vai acontecer com o aluguel social das pessoas que foram atingidas, o que eles vão fazer com casa, moradia, tá muito difícil", relatou. 

    Aspas da citação
    As pessoas ainda estão nos pontos de apoio, a cidade voltando a funcionar, tem muito barro na rua ainda.
    Diego Cabral morador
    Aspas da citação
     

    Aquisição

    Ajuda vêm da própria população e das igrejas.
    Ajuda vêm da própria população e das igrejas. |  Foto: Karina Cruz

    O prefeito da cidade, Rubens Bomtempo, anunciou nesta terça-feira (15) a compra de um edifício, localizado na Rua Floriano Peixoto, no centro da cidade, que tem o objetivo de abrigar 32 famílias que foram vítimas da tragédia. O valor do imóvel é de R$3,5 milhões e sua aquisição terá parte do recurso enviado pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), de R$30 milhões.

    O edifício possui 20 kitnets e 12 apartamentos e, de acordo com o prefeito, assim que a aquisição for concluída, o local passará pelo serviço de limpeza da Companhia Municipal de Desenvolvimento de Paracambi (COMDEP).

    “Com a compra desse imóvel vamos conseguir reduzir a fila do aluguel social e retirar essas famílias da situação de abrigamento para um novo lar, em segurança. Os secretários de Administração e Fazenda, Ramon Mello e Paulo Roberto Patuléa, estão se esforçando para assinarmos o contrato de compra o mais breve possível”, disse o prefeito.

    Tragédia

    O temporal deixou um rastro de destruição, com 233 pessoas mortas no dia 15 de fevereiro. O centro da cidade ficou completamente inundado e o Morro da Oficina, no bairro Alto da Serra, deslizou, atingindo em torno de 80 casas. Corpos foram vistos no centro da cidade após níveis dos rios abaixarem. As tempestades foram consideradas a maior da cidade desde 1988, quando o município perdeu 171 pessoas durante um temporal. Até agora, foram 1.778 laudos concluídos e 3.012 em andamento. 

    Desaparecidos

    Enquanto alguns moradores enfrentam problemas por moradia, outros ainda continuam na busca por parentes desaparecidos. Quatro pessoas ainda não foram encontradas no município, dentre elas, três estavam dentro dos ônibus que caíram no Rio Quitandinha e seguiram arrastados pelas chuvas. O outro é Lucas Rufino da Silva, desaparecido no Morro da Oficina, um dos locais que foi fortemente afetado pelas chuvas. Ele chegou a ter o corpo reconhecido pelos amigos mas, quando encaminhado para o Instituto Médico Legal, o corpo foi identificado como o de outra pessoa.

    Prefeitura

    Procurada para se manifestar sobre os problemas na concessão dos aluguéis sociais, a Prefeitura de Petrópolis respondeu que o último balanço, de 10 de março, inclui 170 aluguéis sociais.

    "Importante dizer que a prefeitura fez todos os esforços para agilizar a concessão de aluguéis sociais. Um grupo de trabalho, que envolve todas as secretarias, atua na ponta, auxiliando as famílias na busca por moradia segura. O município também liberou a exigência do laudo da Defesa Civil pelo período de 60 dias, justamente para acelerar o processo", escreveu em nota. 

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