Passageiro que escapou do voo recebido com aplausos e oração no Rio

Três dias após ser impedido de embarcar no avião da companhia Voepass, que caiu em Vinhedo, São Paulo, deixando 62 mortos - Adriano Assis, funcionário do Grupo Ideas, que administra diversas unidades de saúde no Rio de Janeiro, chegou ao Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama, nesta segunda-feira (12).

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No primeiro dia de serviço após o susto vivido na última sexta (9), ele foi recebido com aplausos, oração e um café da manhã. Adriano estava acompanhado da filha, com quem passou o Dia dos Pais.

"Quero agradecer a todo mundo pelas palavras, pelas orações, pelas ligações. O meu telefone teve um dia que parou. Louvar a Deus pela vida de todo mundo, nossa equipe de trabalho", disse em um vídeo gravado no local.

O acidente com o avião modelo ATR 72 da Voepass, antiga Passaredo, caiu em Vinhedo, São Paulo, após decolar do aeroporto de Cascavel no Paraná. 

No dia da tragédia, Adriano explicou que chegou uma hora antes para realizar o check-in, mas houve uma falha no sistema, e as empresas foram trocadas. "Algo que nunca aconteceu comigo", detalhou.

Ele relatou que a demora no procedimento o fez retornar ao guichê da Latam para entender por que ainda estava fechado.

Foi então que um funcionário o impediu de embarcar e remarcando sua passagem para as 11h20. "Um rapaz que também perdeu o voo me abraçou e disse: 'Pow cara, estamos vivos'. Perguntei por quê, e ele me disse, 'o avião caiu'", contou ainda supreso, na ocasião.

Adriano explica que na sexta estava a caminho de São Paulo para fazer uma conexão para o Rio de Janeiro, onde passaria o Dia dos Pais com a família.

Investigação

As caixas-pretas da aeronave foram abertas na manhã de sábado (10) por peritos da aeronáutica. Dois gravadores do voo são analisados para entender as causas do acidente que vitimou 62 pessoas.

As imagens foram divulgadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Força Aérea Brasileira (FAB).

O Cockpit Voice Recorder (CVR - gravador de voz da cabine) e o Flight Data Recorder (FDR - gravador de dados de voo) foram encaminhados para o Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo (Labdata) do Cenipa, que fica em Brasília, na capital federal.

Em nota, o órgão falou sobre os próximos passos. "Os trabalhos preliminares de preparação, extração e degravação de dados foram iniciados pelos investigadores e devem prosseguir, de maneira ininterrupta, pelas próximas horas", explicou o porta-voz da FAB.

Após a conclusão das primeiras etapas, a investigação avançará para uma análise dos dados coletados. Por fim, serão analisadas atividades do voo, possíveis fatores humanos, bem como os sistemas, estruturas e outros pontos pertinentes.