Histórico
Veja quem são os deputados do Rio que já foram presos
Presidente da Alerj foi preso nesta quarta-feira (3)

Na manhã desta quarta-feira (3), a prisão de Rodrigo Bacellar, presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), reacendeu o histórico obscuro do Rio, em que o Parlamento e o sistema penitenciário parecem pertencer ao mesmo tabuleiro. Suspeito de vazar dados sigilosos da operação que resultou na prisão de TH Joias, Bacellar entrou para a lista crescente de deputados fluminenses já detidos.
Compilando décadas de investigações, prisões preventivas e condenações, o estado já teve dezenas de representantes parlamentares presos ou condenados, muitos por corrupção, propina, fraudes e até conexão com organização criminosa. A seguir, o panorama completo com quem já pisou atrás das grades, ou permanece sob suspeita judicial.
A sucessão de prisões e condenações demonstra que o Estado convive há décadas com uma cultura na qual cargos públicos e crimes graves frequentemente se entrelaçam. Do mensalinho revelado pela Furna da Onça às denúncias de tráfico e associação com facções, os escândalos atingem diferentes gerações, estaduais e federais.
Com a detenção de Rodrigo Bacellar, a “lista da vergonha” não apenas cresce, mas ganha nova vitalidade. Para analistas, o caso revela não só a persistência da corrupção, mas falhas estruturais de fiscalização, imunidade parlamentar e impunidade.
Para muitos cidadãos, contudo, a consequência mais dolorosa é um sintoma de descrédito: a dúvida sobre se a “Casa” representa o povo ou o crime, e sobre se o espaço de debate foi trocado por cela.
Deputados estaduais

- Jorge Picciani (MDB) — ex-presidente da Alerj. Preso em 2017 no escândalo da Operação Cadeia Velha; alvo de mandado na Operação Furna da Onça.
- Paulo Melo (MDB) — preso desde 2017, também na Cadeia Velha; incluído nos mandados da Furna da Onça.
- Edson Albertassi (MDB) — parceiro no núcleo da Cadeia Velha/Furna da Onça.
- André Corrêa (DEM) preso em 2018 pela Furna da Onça, acusado de receber propina mensal.
- Chiquinho da Mangueira (PSC) — também alvo da Furna da Onça, cumpriu prisão temporária e permaneceu sob acusação.
- Coronel Jairo (Solidariedade) — incluído entre os parlamentares presos em 2018 na Furna da Onça.
- Luiz Martins (PDT) — figura na lista de detidos na Furna da Onça.
- Marcos Abrahão (Avante) — alvo da mesma operação, preso preventivamente.
- Marcus Vinícius “Neskau” (PTB) — integrante das prisões da Furna da Onça.
- Marcelo Simão (PP) — também com mandado de prisão na operação de 2018.
- TH Joias (ex-MDB) — preso em setembro de 2025 acusado de tráfico de armas e associação com facção criminosa. Prisão preventiva mantida pelo Tribunal Regional Federal da 2ª Região.
Deputados federais

- Eduardo Cunha (MDB) — ex-presidente da Câmara dos Deputados, condenado na Operação Lava Jato a 15 anos e quatro meses de prisão, posteriormente reduzida a 14 anos e seis meses. Cumpre pena em Bangu 8, no Rio.
- Celso Jacob (PMDB-RJ) — condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por fraudes em licitação e falsificação de documento público. Sentença: 7 anos e 2 meses de prisão em regime semiaberto. Foi preso em 6 de junho de 2017.
- Flordelis dos Santos de Souza (PSD-RJ) — ex-deputada federal condenada a 52 anos de prisão por envolvimento no assassinato do marido, no que virou caso emblemático de violência e poder.
- Chiquinho Brazão (sem partido / ex-Avante) — preso em 2024 e posteriormente colocado em prisão domiciliar em 2025, é apontado como mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco.

André Silva
Repórter
Bastante ativo na cobertura cultural, ja foi contemplado com o Prêmio Themis de Jornalismo, concedido pelo TJRS. Além da cultura, caminha por várias editorias, inclusive em cobertura de eventos internacionais, como a Cúpula do G20 e o encontro dos Brics.

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